A História sempre se constrói com causas e consequências; buscar fontes, investigar fatos, formar conhecimento é papel de qualquer cidadão.
Cartaz desenhado no Centro Histórico de São João Del Rei- MG
ENTREGANDO O OURO MINEIRO
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MEU ENCONTRO COM JOAQUIM SILVÉRIO DOS REIS
AUTOR: Murillo Soares Barreto – 7ª A– 14 anos
Vou contar uma conversa, uma simples conversa, mas que mudou todo um movimento.
Lá estava eu andando pela CASA DOS CONTOS, quando avistei, ao fundo de uma sala escura, um homem. Me aproximei para ver e lá estava Joaquim Silvério dos Reis, um militar de nosso movimento. Lá estava ele, cabisbaixo. Na mão, um copo e na mesa uma garrafa de vinho quase vazia.
– Posso me sentar? – perguntei, já puxando uma cadeira.
– Claro!
– Então, Joaquim, todos já se foram e o que você está fazendo aqui?
– Bebendo, bebendo, para esquecer os problemas.
– Mas que problemas, a Conjuração vem seguindo tão bem?
– Ah, a Conjuração, a maldita CONJURAÇÃO. Mas quer saber, eu sou humano e como qualquer ser humano, tenho problemas! Todos vocês só se preocupam com esse movimento e se esquecem de que têm famílias e vidas para cuidar!
Percebi que Joaquim estava tenso. Pensei que talvez a bebida o tivesse deixado tão nervoso. Alguns minutos de silêncio e resolvi tentar descobrir o que estava havendo com ele.
– Me desculpe, talvez tenha sido inconveniente. Vou me retirar, com licença.
– Não, fique. Sinto que se eu ficar sozinho, vou acabar fazendo uma besteira.
– Então me conte o que está acontecendo, Joaquim, só assim poderei ajudá-lo.
– Ninguém nesse mundo além de mim pode me ajudar.
– Mas, talvez, desabafar, ajude.
– Pois bem, afinal não tenho nada a perder. É o seguinte: eu estava em um dilema entre a lealdade e a paz definitiva.
– Não entendo.
– Bem, tudo se concretiza assim: eu estou falido, endividado na Corte e não são dívidas pequenas, mas se por acaso eu acabasse com toda essa CONJURAÇÃO, a delatando ao Visconde de Barbacena, tenho certeza de que minhas dívidas estariam completamente quitadas.
– Joaquim, você tem consciência do que está dizendo? Se fizer isso, além do movimento, a vida de todos nós estará acabada.
– E você acha que não estou pensando nisso também?!
– Chega, não vou ficar aqui ouvindo isso. Faça o que vier em sua cabeça e o que você achar melhor. Só que se eu tiver que lutar por meus companheiros, vou lutar, mesmo que tenha de lutar contra você.
Depois de me retirar da sala, pensei que talvez tivesse sido rude demais com Joaquim, mas decidi deixar que o destino levasse tudo aquilo à diante.
Leia o Projeto que realizei com meus alunos da Escola Municipal Rui Bloem, em São Paulo em 1999 em “Encontra-me em Vila Rica, por favor” – https://poesiasdemaosquesentem.wordpress.com/2016/03/13/encontra-me-em-vila-rica-por-favor/
Fotos de arquivo pessoal
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