Aqui nesse blog há uma categoria com poesias e narrativas com o tema Trens – https://poesiasdemaosquesentem.wordpress.com/category/trens/
Poesias: Odonir Oliveira
Vídeos: Canal Odonir Oliveira
Aqui nesse blog há uma categoria com poesias e narrativas com o tema Trens – https://poesiasdemaosquesentem.wordpress.com/category/trens/
Poesias: Odonir Oliveira
Vídeos: Canal Odonir Oliveira
Há aqui nesse blog a categoria Trens–https://poesiasdemaosquesentem.wordpress.com/category/trens/– com poemas e textos em prosa sobre o tema.
Poesias: Odonir Oliveira
Fotos de arquivo pessoal
Vídeos: Canal Odonir Oliveira
O TREM
Você sabe me dizer
se esse amor que tenho por ele
tem explicação?
Teria sido de outras vidas?
Teria sido eu um maquinista?
Teria sido uma passageira diária
nas fagulhas do queimar?
Teria sido eu o bilheteiro da estação?
Teria sido a responsável pelo apito fascinante?
Você sabe me dizer
se essa atração voraz é real?
Teria sido semeada por meu pai mineiro?
Teria sido inoculada pelos filmes que vi?
Teria sido uma mescla de som e imagem?
Teria sido uma janela eterna que emite paisagens?
Você sabe me dizer
por que paro para reverenciar um trem?
Leia aqui nesse blog os posts da categoria: Trens– https://poesiasdemaosquesentem.wordpress.com/category/trens/
Poesia: Odonir Oliveira
Fotos de arquivo pessoal: Itabira, MG
Vídeo: Canal Na Trilha Dos Trilhos
RETROVISOR
Não sei. Não me pergunte.
Não entendo de imagens pelo retrovisor.
Sei que tenho uma relação sensorial com trens.
O apito me provoca fagulhas
O cheiro de lenha queimada, do diesel, da água, de gente
provocam reações sem nomeação em mim.
O trilhar pelos ferros, o sacudir, o ir-se … êxtase.
Tudo ali é braço é mão é toque é sabor é aroma.
Trens, trilhos, trilhas, tralhas são minha pele.
TRILHOS
Andar nos trilhos
Trilhar caminhos
Dormentes acordando sentidos
encruzilhadas eternas
apitos que cortam uma noite que não termina
vozes segredadas entre dentes
vozes felizes por conquistas perseguidas ferrenhamente
idas vindas voltas encontros desencontros separações
bancos nas estações, repletos de ouvidos secretos e bocas atormentadas
Trens fazem anúncios sempre.
TREM DOIDO, SÔ
arranjei uma casinha rústica
pus gramado no seu quintal
jardineiras na janela
pra poder ficar olhando o trem dali
ouço seu apitar várias vezes ao dia
observo seu serpentear melancólico
com carga exposta
com carga imposta
com seu maquinista diário
várias vezes, várias vezes, várias vezes
enamorada por seu bucolismo
fico encantada
hipnotizada mesmo
pelo prazer primeiro
de ser passageira daqueles vagões
não sou carga
ferro, aço, derivados
não estou sentada em seus bancos
sou mera namoradeira de seu ir e vir
cotidianamente
arranjei uma casinha rústica
sem azulejos na cozinha
com portas singelas
com cômodos simples
cheia de sol de norte a sul
arranjei uma casinha rústica
só para poder ver nascer e morrer o dia dali
a lua vem
a lua vai
arranjei essa casinha rústica de frente para o fim do mundo.
Poesias: Odonir Oliveira
Fotos de arquivo pessoal
Vídeo: Canal Na Trilha Dos Trilhos
Na boca do sol
Na minha cidade do interior
Tudo que chegou, chegou de trem
Minha mãe olhava pra estação
E vendo viagens dentro de mim
Desenhou no ventre mais um irmão
Na minha cidade do interior
Pra quem mora lá, o céu é lá
Lembro da manhã na boca do sol
Vou da avenida à estação
Com medo dos pais ou por solidão
Toda a minha vida eu vi passar
No brilho dos trilhos de um trem
Que me vem e parte toda manhã
Engolindo túneis que a gente tem
E a preguiça não deixou fechar
Na minha cidade do interior
Perto da manhã, na boca do sol
Pra quem mora lá, o céu é lá
Na minha cidade do interior
Perto da manhã, na boca do sol
Pra quem mora lá, o céu é lá
Na minha cidade do interior
Perto da manhã, na boca do sol
Pra quem mora lá, o céu é lá
Na minha cidade do interior
Perto da manhã, na boca do sol
Pra quem mora lá, o céu é lá
Na minha cidade do interior
Perto da manhã, na boca do sol
Pra quem mora lá, o céu é lá…
Compositores: Vitor Martins / Arthur Cortes Verocai
Poesia: Odonir Oliveira
Fotos de arquivo pessoal
Vídeos:
1- Canal Odonir Oliveira
2- Canal Arthur Verocai Official
O TREM PASSOU
Estar à beira dos trilhos
ouvir seu apito-aviso
anúncio de companhia.
Estar à beira dos trilhos
a cada manhã
num cenário motivação.
Namorar o tempo
à beira dos trilhos.
O trem passou.
TRISTES TRENS
Que tristes são os trens
que carregam pedras, minérios
e não gente mais.
Que tristes são os trens
que carregam
que seguem vazios
e voltam cheios
levando nossos minérios, nossas riquezas.
Que tristes são os trens
que não se importam
com as nossas chegadas e partidas humanas,
repletas de esperanças.
Tristes trens
vazios de gente.
Aqui no blog, há uma categoria com poesias e prosa sobre “Trens”: https://poesiasdemaosquesentem.wordpress.com/category/trens/
Poesias: Odonir Oliveira
Fotos de arquivo pessoal
Vídeos: Canal Odonir Oliveira
UM TREM AO LONGE
Faz séculos que me encontro nesse refúgio
há nele sons e imagens
ponho-me a ouvir o atrito do trem
na minha pele
no meu devaneio
no meu delírio
faz séculos que me encontro nesse refúgio
entorno meu olhar por trilhos
absorvo seu perfume de vento
na minha pele
no meu devaneio
no meu delírio
faz séculos que me encontro nesse refúgio
identifico suas idas e vindas etéreas
na minha pele
no meu devaneio
no meu delírio
Faz séculos que me encontro nesse refúgio.
PERDER O TREM
a moça é moça à beira dos trilhos
a moça acompanha o sussurro dos trilhos
o coração palpita
a moça se agita
o trem apita
a moça viaja todas as tardes
no trem
a moça delira
ri para a chegada do trem
o coração palpita
a moça se agita
Poesias: Odonir Oliveira
Fotos de arquivo pessoal
Vídeo:Canal PartimpimVEVO
VAGANTES
Das madrugadas de névoas assombradas
vislumbram-se imagens
ao longe
sempre ao longe
silhuetas que se movem
há corpos de homens
há corpos de mulheres
há silhuetas de crianças.
Ao longe
sempre ao longe.
Há saltos nos ares
almejando entrar no trem
Trem invisível
plataforma invisível
guichês invisíveis.
Escombros de viagens
escombros de partidas
escombros de chegadas.
Seres vagam
por mais de cem anos
como se quisessem completar a viagem
malsucedida
descarrilhada
interrompida…
Poesias: Odonir Oliveira
Fotos de arquivo pessoal
Vídeos: Canal Odonir Oliveira
UM TREM AO LONGE
Faz séculos que me encontro nesse refúgio
há nele sons e imagens
ponho-me a ouvir o atrito do trem
na minha pele
no meu devaneio
no meu delírio
faz séculos que me encontro nesse refúgio
entorno meu olhar por trilhos
absorvo seu perfume de vento
na minha pele
no meu devaneio
no meu delírio
faz séculos que me encontro nesse refúgio
identifico suas idas e vindas etéreas
na minha pele
no meu devaneio
no meu delírio
Faz séculos que me encontro nesse refúgio.
Poesia: Odonir Oliveira
Fotos de arquivo pessoal
Vídeo: Canal Odonir Oliveira
COMPANHEIROS DE VIAGEM
Nos dias de lúgubre cenário, há sempre quem nos faça companhia.
Há rostos, mãos, vozes, risos e ouvidos a nos velar as falas.
No banco, ao lado, na entrada, na saída, no percurso,
há sempre alguém sentado anonimamente.
Como querubins e serafins, colorem de humanidade nosso trajeto
São asas farfalhantes e desconhecidas que nos impulsionam ao desembarque.
Trocam-se confidências, revelam-se segredos, pedem-se conselhos
Depois, cada um desce do trem na estação pretendida
E a viagem continua.
Há sempre um companheiro na nossa viagem.
Há uma categoria especial aqui no blog: Trens – https://poesiasdemaosquesentem.wordpress.com/category/trens/
Poesia: Odonir Oliveira
Foto de arquivo pessoal
Vídeo: Canal Far Out Recordings