Flores e poesias

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Livros e flores

Teus olhos são meus livros.
Que livro há aí melhor,
Em que melhor se leia
A página do amor?

Flores me são teus lábios.
Onde há mais bela flor,
Em que melhor se beba
O bálsamo do amor?

Machado de Assis

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A Duas Flores 

São duas flores unidas
São duas rosas nascidas
Talvez do mesmo arrebol,
Vivendo,no mesmo galho,
Da mesma gota de orvalho,
Do mesmo raio de sol.

Unidas, bem como as penas
das duas asas pequenas
De um passarinho do céu…
Como um casal de rolinhas,
Como a tribo de andorinhas
Da tarde no frouxo véu.

Unidas, bem como os prantos,
Que em parelha descem tantos
Das profundezas do olhar…
Como o suspiro e o desgosto,
Como as covinhas do rosto,
Como as estrelas do mar.

Unidas… Ai quem pudera
Numa eterna primavera
Viver, qual vive esta flor.
Juntar as rosas da vida
Na rama verde e florida,
Na verde rama do amor!

Castro Alves

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Quando Vier a Primavera

Quando vier a Primavera,
Se eu já estiver morto,
As flores florirão da mesma maneira
E as árvores não serão menos verdes que na Primavera passada.
A realidade não precisa de mim.

Sinto uma alegria enorme
Ao pensar que a minha morte não tem importância nenhuma

Se soubesse que amanhã morria
E a Primavera era depois de amanhã,
Morreria contente, porque ela era depois de amanhã.
Se esse é o seu tempo, quando havia ela de vir senão no seu tempo?
Gosto que tudo seja real e que tudo esteja certo;
E gosto porque assim seria, mesmo que eu não gostasse.
Por isso, se morrer agora, morro contente,
Porque tudo é real e tudo está certo.

Podem rezar latim sobre o meu caixão, se quiserem.
Se quiserem, podem dançar e cantar à roda dele.
Não tenho preferências para quando já não puder ter preferências.
O que for, quando for, é que será o que é.

Alberto Caeiro

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Amo-te como a planta que não floriu e tem
dentro de si, escondida, a luz das flores,
e, graças ao teu amor, vive obscuro em meu corpo
o denso aroma que subiu da terra.

Amo-te sem saber como, nem quando, nem onde,
amo-te diretamente sem problemas nem orgulho:
amo-te assim porque não sei amar de outra maneira,

a não ser deste modo em que nem eu sou nem tu és,
tão perto que a tua mão no meu peito é minha,
tão perto que os teus olhos se fecham com meu sono.

Pablo Neruda

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Química 

Sublimemos, amor. Assim as flores
No jardim não morreram se o perfume
No cristal da essência se defende.
Passemos nós as provas, os ardores:
Não caldeiam instintos sem o lume
Nem o secreto aroma que rescende.

José Saramago

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Canção de Primavera

Eu, dar flor, já não dou. Mas vós, ó flores,
Pois que Maio chegou,
Revesti-o de clâmides de cores!
Que eu, dar, flor, já não dou.

Eu, cantar, já não canto. Mas vós, aves,
Acordai desse azul, calado há tanto,
As infinitas naves!
Que eu, cantar, já não canto.

Eu, Invernos e Outonos recalcados
Regelaram meu ser neste arrepio…
Aquece tu, ó sol, jardins e prados!
Que eu, é de mim o frio.

Eu, Maio, já não tenho. Mas tu, Maio,
Vem com tua paixão,
Prostrar a terra em cálido desmaio!
Que eu, ter Maio, já não.

Que eu, dar flor, já não dou; cantar, não canto;
Ter sol, não tenho; e amar…
Mas, se não amo,
Como é que, Maio em flor, te chamo tanto,
E não por mim assim te chamo?

José Régio

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Flores

De um pequeno degrau dourado -, entre os cordões
de seda, os cinzentos véus de gaze, os veludos verdes
e os discos de cristal que enegrecem como bronze
ao sol -, vejo a digital abrir-se sobre um tapete de filigranas
de prata, de olhos e de cabeleiras.

Peças de ouro amarelo espalhadas sobre a ágata, pilastras
de mogno sustentando uma cúpula de esmeraldas,
buquês de cetim branco e de finas varas de rubis
rodeiam a rosa d’água.

Como um deus de enormes olhos azuis e de formas
de neve, o mar e o céu atraem aos terraços de mármore
a multidão das rosas fortes e jovens.

Arthur Rimbaud

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Canção de Outono

Perdoa-me, folha seca,
não posso cuidar de ti.
Vim para amar neste mundo,
e até do amor me perdi.
De que serviu tecer flores
pelas areias do chão
se havia gente dormindo
sobre o próprio coração?

E não pude levantá-la!
Choro pelo que não fiz.
E pela minha fraqueza
é que sou triste e infeliz.
Perdoa-me, folha seca!
Meus olhos sem força estão
velando e rogando aqueles
que não se levantarão…

Tu és folha de outono
voante pelo jardim.
Deixo-te a minha saudade
– a melhor parte de mim.
E vou por este caminho,
certa de que tudo é vão.
Que tudo é menos que o vento,
menos que as folhas do chão…

Cecília Meireles

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Vídeo: Canal Carlos Alves

Fotos de arquivo pessoal

Clubinho da leitura, histórias e histórias

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Talvez não se saiba ao certo qual o encanto que a literatura pode provocar em cada um. Entretanto já se consegue avaliar o que ela distribui em palavras. Com as crianças isso fica perceptível logo-logo, basta que se tenha prazer em lhes apresentar versos, rimas, contos, crônicas, narrativas fantásticas, o que quer que seja … mas de forma sedutora. Não se trata apenas de lhes entregar livros coloridos de diversos formatos e materiais, mas de imantá-los de magia, de encantamento, no tom de voz, no prazer de ler e, principalmente, viajar com as leituras para que sintam quão belas elas são.

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Imagine-se descendo uma queda d’água num barquinho, voando num tapete mágico, colorindo com varinha de condão uma cidade … imagine-se enfrentando perigos e medos e … depois sentindo-se a salvo de tudo isso apenas com um livro nas mãos. Ler é magia pura.

NAMORANDO A POESIA NARRATIVA

Num sábado desses de agosto, as crianças ouviram meu poema. Nada lhes disse sobre quem o escrevera, sobre seu eu lírico, nada. Apenas o ouviram. Levantaram hipóteses, desenharam, derramaram nele suas ideias sobre a tal menina.

Só ao final depois de “tudo consumado”, eu lhes disse que a autora era eu. Que lindo ouvi-los concluir “Ah, então essa é a sua história, né, Odonir. Não é a história de uma outra menina, mas a sua”. É, pode ser, a literatura incendeia, propõe, semeia. Isso basta. E não é pouco.

A MENINA QUE SABIA DIZER
Odonir Oliveira

Entre casas de vila nasceu a menina.
De logo, acharam-lhe os dedos longos, de pianista famosa.
De rosto, encontraram nela traços de pimenta ardida
De observadora, perguntadeira, profetizaram sua inteligência.
Mas a menina gostava era de dizer.
A menina sabia dizer.
A menina tinha o que dizer.
A menina logo leu anúncios em bondes e trens em alto e bom som.
Depois, a menina escreveu palavras em paredes, portas e papeis.
Em muitos papeis.
A menina tinha palavras que lhe escorregavam pela língua,
saltando-lhe da boca infantil como pirilampos,
pairando em ouvidos alheios com assinatura.
A menina resolveu então
catar todas aquelas palavras que saltavam de si
reunindo-as em um ramalhete,
que de tão grande, tão grande, derramou-se por casas, ruas, avenidas…
Assim, muita gente pode saber o que a menina tinha tanto para dizer.

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Na semana seguinte, quem não sabia da poesia A menina que sabia dizer agora assistia ao vídeo e encontrava nos amiguinhos uma verdadeira aula de interpretação, de questionamento vocabular e até de suspense. Quem seria a menina, quem teria escrito esse poema. Foi muito bom !

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JOGO SIMBÓLICO

CLUBINHO DA LEITURA: “Quem inventa a história é você”
No JOGO SIMBÓLICO, quem sou eu? Qual é a minha história? Quais as características desses chapéus? O que eles têm para nos dizer?

Narrativas orais muito interessantes com chapéus e seus nomes próprios.

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A HISTÓRIA DOS CHAPÉUS

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E depois é jogar peteca e responder às perguntas sobre quão bom fora o dia no Clubinho nesse sábado aí, né.

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UMA CONSTELAÇÃO DE CONVIDADOS PRA ALMOÇAR

Criando histórias com bonecos. Cada um escolhe os seus e vai criando enredo, conflitos e soluções. Vieram até os MCs, convidados pro almoço, imaginem só. Quase que o vovô e a vovó não tinham comida pra tantos convidados. Que delícia de história essa aí.

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NESSE SÁBADO TEM TEATRO

VOCÊ É O SEU PERSONAGEM

Vista-se, invente quem é, o que faz e atue.

LIVREMENTE

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CONTAÇÃO DE HISTÓRIA

Atenção e participação, leitura de imagens, predição de desfecho, curtição da narrativa

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O Clubinho da Leitura de Barbacena, em MG,  é um trabalho voluntário que criei, realizo e patrocino, no sentido de fazer as crianças se apaixonarem pelas leituras. Levam para casa,  em todos os encontros, livros como empréstimos e na semana seguinte fazemos o saboreio daquilo que leram, do que mais gostaram, o que mudariam nas histórias, nos poemas. Fazem a publicidade de suas leituras.

Além disso, realizamos atividades com pintura à aquarela, giz de cera, quebra-cabeças, jogo da velha, massinha. Por vezes cantamos, dançamos, ouvimos histórias e procedemos a contações de histórias também. Fazemos jograis e batalhas de poesias. Claro, e o imbatível teatro de encenação livre.

O livro é nosso material bruto. Bruto e MÁGICO.

Esse projeto existe desde 2014 e dele muito me orgulho.

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HUMANO

caminha
encontra, atende, ampara, acolhe
reparte, acarinha, ouve
socorre, ensina, auxilia
doa-se, pertence, assemelha-se
sofre, chora, cura
alegra, ri, cura-se
bebe em comunhão
come em comunhão
ama em comunhão
ser comum
ser coletivo
ser humano
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Texto e poesias: Odonir Oliveira
Fotos de arquivo pessoal
1º Vídeo: Canal  Ross Niky
2º Vídeo: Canal Odonir Oliveira

“Eu, Marília …”

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Lira I

Eu, Marília, não sou algum vaqueiro,
Que viva de guardar alheio gado;
De tosco trato, d’ expressões grosseiro,
Dos frios gelos, e dos sóis queimado.
Tenho próprio casal, e nele assisto;
Dá-me vinho, legume, fruta, azeite;
Das brancas ovelhinhas tiro o leite,
E mais as finas lãs, de que me visto.
Graças, Marília bela,
Graças à minha Estrela!

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Eu vi o meu semblante numa fonte,
Dos anos inda não está cortado:
Os pastores, que habitam este monte,
Com tal destreza toco a sanfoninha,
Que inveja até me tem o próprio Alceste:
Ao som dela concerto a voz celeste;
Nem canto letra, que não seja minha,
Graças, Marília bela,
Graças à minha Estrela!

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Mas tendo tantos dotes da ventura,
Só apreço lhes dou, gentil Pastora,
Depois que teu afeto me segura,
Que queres do que tenho ser senhora.
É bom, minha Marília, é bom ser dono
De um rebanho, que cubra monte, e prado;
Porém, gentil Pastora, o teu agrado
Vale mais q’um rebanho, e mais q’um trono.
Graças, Marília bela,
Graças à minha Estrela!

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Os teus olhos espalham luz divina,
A quem a luz do Sol em vão se atreve:
Papoula, ou rosa delicada, e fina,
Te cobre as faces, que são cor de neve.
Os teus cabelos são uns fios d’ouro;
Teu lindo corpo bálsamos vapora.
Ah! Não, não fez o Céu, gentil Pastora,
Para glória de Amor igual tesouro.
Graças, Marília bela,
Graças à minha Estrela!

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Leve-me a sementeira muito embora
O rio sobre os campos levantado:
Acabe, acabe a peste matadora,
Sem deixar uma rês, o nédio gado.
Já destes bens, Marília, não preciso:
Nem me cega a paixão, que o mundo arrasta;
Para viver feliz, Marília, basta
Que os olhos movas, e me dês um riso.
Graças, Marília bela,
Graças à minha Estrela!

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Irás a divertir-te na floresta,
Sustentada, Marília, no meu braço;
Ali descansarei a quente sesta,
Dormindo um leve sono em teu regaço:
Enquanto a luta jogam os Pastores,
E emparelhados correm nas campinas,
Toucarei teus cabelos de boninas,
Nos troncos gravarei os teus louvores.
Graças, Marília bela,
Graças à minha Estrela!

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Depois de nos ferir a mão da morte,
Ou seja neste monte, ou noutra serra,
Nossos corpos terão, terão a sorte
De consumir os dois a mesma terra.
Na campa, rodeada de ciprestes,

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Lerão estas palavras os Pastores:
“Quem quiser ser feliz nos seus amores,
Siga os exemplos, que nos deram estes.”
Graças, Marília bela,
Graças à minha Estrela!

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Versos de Tomás Antonio Gonzaga in Marília de Dirceu

Fotos de arquivo pessoal: Ouro Preto, MG, agosto de 2017

Vídeo: Canal Biscoito Fino

Pai

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VIAGEM

estou
fiquei
recostada no sofá
recostada em seus dizeres e fazeres
estou
ouço encontro vivo
pai, suas melodias amadas me levam pela mão
Vem, filha, vem
ouço
estou
fiquei aqui, pai

 

PASSEIOS

no bonde, o onde
Rio, anos sessenta, estamos
vamos, seguimos
pergunto, pergunto, pergunto
de repente leio, pai
leio os anúncios e descubro
as palavras eram muito mais mágicas
as palavras eram muito mais belas que as paisagens cariocas
Pai, naquele encanto com a leitura primeira da menina falante
Pai, meu mágico céu de letras sempre veio de ti.

 

ENCANTOS MINEIROS

Minas, quem te conhece não esquece jamais
Já viu o tamanho de Minas, olha no mapa
E as montanhas, e Tiradentes e o rio Doce?
Prosa e verso de uma vida
A caminhada, os irmãos, os pais
a pé
de Alto Rio Doce a Barbacena
a pé
Solta essa gaiola aí, Plácido, carrega seu irmão, meu Deus!
Despede-se o menino do canarinho da terra, companheirinho eterno
eterno dentro de si
jamais nenhum pássaro seria engaiolado mais.

 

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INGENUIDADES

Menino em internato, escola agrícola federal
apenas rapazes, apenas olhares masculinos
filho mais velho, estudos, orgulho dos  pais
Jovem, solto por montanhas
deslumbramentos com pernas e braços femininos
ingenuidade
planos de casar, ter filhos
jamais sair de Minas
Minas jamais saiu de si,
até voltar e morrer em solo de poeira vermelha.

 

SINDICATO

Metalúrgico de sete às cinco
serão depois da jornada diária
sindicato, reuniões, campanhas
Não sejamos individualistas
ambulâncias, escola, posto de saúde, praça, orelhões
luta, desafios, reuniões, enfrentamentos
um brasileiro amando o Brasil mais que tudo
um operário fresador ferramenteiro para o coletivo
um mineiro porta-bandeira das Gerais
Libertas, quae sera tamen
emblema em letras garrafais
pai de caligrafia invejável, de ortografia invejável
pai, remetente de cartas a políticos municipais, estaduais, federais
a luta contínua pelo bem-comum, pelo coletivo
Pai, virtude e moral transparentes.

 

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Se há em minha vida modelos e espelhos, estes vêm de meu pai Plácido José de Oliveira, mineiro, fresador ferramenteiro e brasileiro, de corpo e alma.

Ouvia na Rádio Nacional, do Rio, muitas e muitas vezes seus cantores preferidos Vicente Celestino e Francisco Alves. Guardei seus LPs comigo como herança, bem como seus livros de Matemática, das técnicas de fresa de ferramentas (ainda com o cheiro do óleo das máquinas). São seu/ meu patrimônio material, além do relógio  que martela aqui as horas, como a marcha de um trem pelos trilhos de Minas.

 

Poesias: Odonir Oliveira

Fotos de arquivo pessoal

1º Vídeo: Canal Maringas Maciel

2º Vídeo: Canal SuperGramophone

3º Vídeo: Canal Maringas Maciel

4º Vídeo: Canal 1000amigovelho

5º Vídeo: Canal Yuri Ferreira

6º Vídeo: Canal Levi Junior

“Quero”

BUCOLISMO

pele poros suor cheiros
músculos sangue mato cores
calor terra poeira
signos selas trotes
garupa nuca gozo encontro
bucolismo externo
bucolismo interno
bucolismo extremo

 

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ESPÍRITOS DA FLORESTA

Espíritos domesticam
olhares, sentires e ficares,
pelo cheiro, pelo vento,
pelo sons do mato do sertão.
 
Espíritos atraem por rochas, por águas, por céus.
Espíritos nas florestas
polinizam almas inquietas
 
Para sempre.

 

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BICHO D’ÁGUA

Espreita
Aproxima
Mergulha
Quase noite ou quase dia ?
Chega
Submerge
Espreita
Quase noite ou quase dia?
Esconde
Mexe
Cutuca, futuca
Quase noite ou quase dia?
Mergulha
Quase noite ou quase dia?
Sufoca, respira
Sufoca , respira
Sombra … reflexo?
Quase noite ou quase dia?
Confunde a luz

Provoca as ondas,
suaves ondas,
em águas de narciso.
Quase noite
Quase um dia.

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Post dedicado ao jovem piloto Jucélio, que me ajudou a concretizar, durante todos esses mais de 400 dias, muitos sonhos, desde dirigir pra mim nas estradas da vida, até na realização de meus versos em nuvem. Obrigada por sua jovialidade, energia, parceria e por seu respeito. Você vai longe. De avião nos céus e aqui na terra também. Abração.

 

Poesias: Odonir Oliveira

Fotos de arquivo pessoal – Parque Estadual do Ibitipoca, MG

Vídeo: Canal Acervo Musical

 

Como se aprende a amar

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DE: Odonir

PARA: Leitores

Das conversas triviais entre primos e amigos, nascem reflexões, sentimentos abissais, trocas de cumplicidade e, sobretudo, conhecimento sobre o ser humano.

Tudo que li, estudei de psicologia do comportamento, da sexualidade … fica miúdo frente à grandeza da exposição inteira do outro frente a nós mesmos. E vice-versa.

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Durante anos em escolas fiz, em equipe, aconselhamentos a pais de crianças e adolescentes. Ouvi muito e orientei também. Uma das formas de se iniciar a prática do afeto em crianças é ensiná-los a cuidar. Sim, a cuidar de uma plantinha, de um aquário, de um animalzinho… tratar dele, alimentá-lo, acarinhá-lo, promover seu bem-estar … Lembro quando foi criado um brinquedinho eletrônico, o Tamagotchi, para ensinar as crianças a terem responsabilidades com ele, caso contrário morreria. Na época, nós educadores refletimos sobre a necessidade de se criar algo tão artificial para ensinar amor, cuidados etc. Muitos pais não queriam animais por serem trabalhosos, prenderem a família em casa, entre outras argumentações. Fato é que não se queria ter nenhuma responsabilidade adulta por aquilo que cativavam, digamos assim. Modelos esdrúxulos de ser e viver.

O egocentrismo, natural na primeira infância e até na segunda, e a inconsequência e onipotência dos adolescentes muitas vezes os fazem ter sérias dificuldades para lidar com o amor. É claro que receber afeto, carinho, atenção e cuidados pode desencadear amor e fazê-los retribuir. Mas nem sempre apenas isso é suficiente. É preciso ensinar e dar exemplos efetivos do que é cuidar do outro: de um parente mais velho, de um amigo, de um ser vivo animal ou vegetal e do responsabilizar-se por seu bem-estar. O produto desse encaminhamento de afetos é sempre favorável e prepara o ser humano para os diversos tipos de amor aos quais se entregará mais tarde. Já dizia o poeta Drummond “Amar se aprende amando”.37699-252c252ckooooooooooo

Percebo a dificuldade de algumas pessoas de lidar com afeto por um animal, um cão, um gato … Muitas escolheram não ter filhos, não têm plantas em casa e admiram-se da dedicação que outras mantém por animais. Ouço e analiso as razões desse tipo de comportamento, claramente explícito. Há certo egocentrismo e certa inconsequência em algumas pessoas, talvez marcas de momentos anteriores que não tenham sido vividos de forma mais altruísta. Embora seus discursos sejam muito interessantes até, percebe-se alguma fraqueza quanto a dar e receber afeto. Afirma-se que mulheres são mais cuidadoras, mais afetivas (por modelos etc.) que homens, mas nem sempre é assim que constato. Há certo culto à sua própria beleza, ao seu próprio bem-estar, ao seu próprio prazer (talvez reflexo de décadas de submissão etc.) em parcela grande de mulheres também. Assim, concluo que isso não seja relativo a um gênero, mas a seres humanos que não tenham exercitado, em momentos iniciais, o cuidar.

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Desenvolver a sensibilidade é tão importante como se alimentar. A poesia, a literatura são alimentos essenciais para quem se deseja humano, solidário, altruísta. É só se deixar levar por elas.

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Texto: Odonir Oliveira

1º Vídeo: Canal Piano Brasileiro

2º Vídeo: Facebook, postado por My Future Someone

Dizendo versos

 

Por que dizer, ler seus próprios versos? Certa vaidade, certo preciosismo de propriedade, certo encanto narcísico?

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Não sei de todos os poetas, mas de alguns deles. Drummond, por exemplo, acreditava que devia dizer, ler seus versos, apenas. Concordo com ele. Quando declamamos nossos próprios versos já inserimos neles certa interpretação, certa linha de sentimentos, de sensações.

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Por outro lado, há poemas que nasceram para serem declamados, foram escritos para serem ditos em tom altissonante, como os versos condoreiros de Castro Alves , prontos para seduzirem a quem os ouvia nas campanhas abolicionistas em saraus, nas ruas …

Fato é que atores interpretam, dão passos além dos que havíamos dado ao saborear, namorar um belo poema. Eles sim fazem o que seu ofício lhes ensinou a fazer; não os poetas, creio eu.

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O suporte para poesia é qualquer um: poste, guardanapo, lata, parede, faixa, serenata, tela tecnológica, papel, livro. Costumo fazer uma sutil diferença entre poema e poesia, contudo. Pra mim poema é um produto concreto, nascido de letras e frases. Já poesia é um processo abstrato de se enxergar a vida, cada coisa ao nosso redor: um nascer do dia, um desabrochar de flor, um riso de criança, um carinho do animalzinho, as nuvens coreografando danças nos céus … poesia vai além. É ela que distingue os seres sensíveis de outros para quem ela não tem nenhum valor. E isso nada tem a ver com instrução, estudo. Tem a ver com sensibilidade, com espírito afável a dar e receber, creio eu. Sensibilidade se desenvolve, se aperfeiçoa também.

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A vida com poesia é muito maior.

Há um ano criei um canal no Youtube onde leio meus poemas. Não tem intenção monetizadora nem nada. Jamais quis sequer publicar um livro, não seria agora que gostaria de vender meus escritos então. Lá acrescento imagens e trilha sonora aos poemas. Por que faço assim? Porque sempre vivi acompanhada de música, até bem antes de aprender a ler e escrever. Gosto de concretizar imageticamente o que escrevi. E há algumas possibilidades de recepção dos vídeos: fechar os olhos e só ouvir os versos e  a trilha sonora, retirar a música e apenas ver as imagens e ler os versos … ou recebê-los como os editei.

Canal Odonir Oliveira

https://www.youtube.com/channel/UCjD6ZiLlJOgDu5-lupIiWGw

Se há prazer em escrever, há também prazer em se ler versos. Os nossos e os de outros poetas. É como se fizéssemos contato com eles, como se tivessem assoprado plumas ao vento, e nós houvéssemos conseguido recuperar algumas delas.

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Texto: Odonir Oliveira

Imagens retiradas da Internet

Fotos de arquivo pessoal

1º Vídeo: CaetanoVelosoVEVO

2º Vídeo: Canal Odonir Oliveira

 

 

Lirismo masculino, Leonard Cohen

“As minhas músicas são poemas com uma guitarra por trás”–  Leonard Cohen

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AFETOS

sentires
estares
conheceres
tocares
beberes
sonhares
dançares
voares
sobrevoares
pousares
 
(SP, outubro de 2016)

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PRA SONHAR

Há um sinal
bate o sino
celebra um ombro
celebra duas mãos roçantes
celebra um olhar sem olhos
celebra um beijo sem lábios
 
Alcança um nariz largo
alcança um peito nu
alcança uma melodia
alcança o verbo.
 
Sem máscaras seguir
Sem migalhas seguir
Sem flashes seguir
 
(SP, outubro de 2016)

 

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TREM DE CARGA

 Nos dormentes,
vagões vazios
dormem
solitários
de vozes
risos abraços beijos.
Despedidas ausentes
chegadas ausentes
encontros e reencontros
ausentes.

Carga pesada
fantasma
que apita
chegadas
partidas
sem paradas
sem estações sentimentais
sem coloridos de saias e calças roçantes nos corpos
sem cheiro de corpos roçando os sentidos
sem massa de almas
desejos súplicas.
Vagões de carga apenas
suportando o peso das remessas diárias,
eternamente. 

(Barbacena, agosto de 2015)

“Estou pronto para morrer . Espero que não seja demasiado desconfortável”Leonard Cohen

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Poesias: Odonir Oliveira

Fotos de arquivo pessoal

1º Vídeo: Canal: cincofrases

2º Vídeo: Canal  Tornike Tkhilaishvili

3º e 4º Vídeos: Canal: LeonardCohenVEVO

Camões, o amador

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Erros meus, má Fortuna, Amor ardente
Em minha perdição se conjuraram;
Os erros e a Fortuna sobejaram,
Que para mim bastava Amor somente.

Tudo passei; mas tenho tão presente
A grande dor das cousas que passaram,
Que já as frequências suas me ensinaram
A desejos deixar de ser contente.

Errei todo o discurso de meus anos;
Dei causa a que a Fortuna castigasse
As minhas mal fundadas esperanças.

De Amor não vi senão breves enganos.
Oh! Quem tanto pudesse, que fartasse
Este meu duro Gênio de vinganças!

Endeixa

Pois meus olhos não deixam de chorar
Tristezas que não cansam de cansar-me
Pois não abranda o fogo em que abrasar-me
Pode quem eu jamais pude abrandar
Não canse o cego amor de me guiar
A parte donde não saiba tornar-me
Nem deixe o mundo todo de escutar-me
Enquanto me a voz fraca não deixar
E se em montes, em rios, ou em vales
Piedade mora ou dentro mora amor
Em feras, aves, plantas, pedras, águas
Ouçam a longa história de meus males
E curem sua dor com minha dor
Que grandes mágoas podem curar mágoas

Amor é fogo que arde sem se ver,
é ferida que dói, e não se sente;
é um contentamento descontente,
é dor que desatina sem doer.

É um não querer mais que bem querer;
é um andar solitário entre a gente;
é nunca contentar-se de contente;
é um cuidar que ganha em se perder.

É querer estar preso por vontade;
é servir a quem vence, o vencedor;
é ter com quem nos mata, lealdade.

Mas como causar pode seu favor
nos corações humanos amizade,
se tão contrário a si é o mesmo Amor?

Busque Amor novas artes, novo engenho,
para matar me, e novas esquivanças;
que não pode tirar me as esperanças,
que mal me tirará o que eu não tenho.

Olhai de que esperanças me mantenho!
Vede que perigosas seguranças!
Que não temo contrastes nem mudanças,
andando em bravo mar, perdido o lenho.

Mas, conquanto não pode haver desgosto
onde esperança falta, lá me esconde
Amor um mal, que mata e não se vê.

Que dias há que n’alma me tem posto
um não sei quê, que nasce não sei onde,
vem não sei como, e dói não sei porquê.

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Transforma-se o amador na cousa amada,
por virtude do muito imaginar;
não tenho, logo, mais que desejar,
pois em mim tenho a parte desejada.

Se nela está minha alma transformada,
que mais deseja o corpo de alcançar?
Em si somente pode descansar,
pois consigo tal alma está ligada.

Mas esta linda e pura semideia,
que, como um acidente em seu sujeito,
assim como a alma minha se conforma,

está no pensamento como ideia:
[e] o vivo e puro amor de que sou feito,
como a matéria simples busca a forma.

Alma minha gentil, que te partiste
Tão cedo desta vida descontente,
Repousa lá no Céu eternamente,
E viva eu cá na terra sempre triste.

Se lá no assento etério, onde subiste,
Memória desta vida se consente,
Não te esqueças daquele amor ardente
Que já nos olhos meus tão puro viste.

E se vires que pode merecer-te
Alguma cousa a dor que me ficou
Da mágoa, sem remédio, de perder-te;

Roga a Deus que teus anos encurtou,
Que tão cedo de cá me leve a ver-te,
Quão cedo de meus olhos te levou

 

Versos de Luis Vaz de Camões

Fotos de arquivo pessoal

1º Vídeo: Canal Rique Borges

2º Vídeo: Canal Américo Pereira

3º Vídeo: Canal Prosa e Verso Poemário (Trecho do filme “Camões”, filme português, realizado por José Leitão de Barros, que relata a vida e os feitos do grande poeta Luís de Camões. Concorreu à primeira edição do Festival de cinema de Cannes em 1946)

4º Vídeo: Canal ALMA- Academia Livre de Música e Artes

5º Vídeo: Canal olheamorosamente

Velhice, doce velhice

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Ao vermos nossos filhos crescidos, encaminhados em suas vidas, resolvemos “Vamos morrer na nossa terra”. É claro que não se tratava de um convite para a morte, mas sim para usufruirmos da qualidade de vida que sempre desejamos, mesmo estando vivendo em metrópoles. Era escolha, opção. Poderíamos ter renovado nossos passaportes, ido visitar nossa filha e seu cãozinho em Toronto, no Canadá, termos ido bater pernas pelas cidadezinhas portuguesas e espanholas que tanto adoramos. Não. Voltamos para o cheiro de terra que conhecemos. Enquanto temos pernas e desejos… vamos nos beijando e beijando o mundo.

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Gosto de sentir a terra em minhas mãos, vê-las ásperas mesmo, não ligo. Gosto de ver as flores se embonitarem para nós e os passarinhos livres ao nosso redor. Somos como eles, só não podemos voar. Não como eles o fazem. Voamos em nossa riqueza de ser e estar onde queríamos e há tanto tempo.

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Cato miudezas pelo chão como diamantes; cato sementinhas como brilhantes; cato flores e frutos como estrelas. Sei que a noite fará a temperatura baixar, uma certa nostalgia de nossas infâncias e juventudes chegar. Sentamos e narramos um ao outro o que ainda não conhecemos um do outro. É um prazer !

Depois ficamos mudos, um livro, um som do entardecer, do anoitecer, uma noite escura, uma noite de lua. Seguimos.

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Nossa porta permanece meio aberta à natureza, vez por outra visitam-nos um pássaro, uns insetos … vamos aprendendo a ser parte dessa comunidade natural.sam_1161

Faço doces. De mamão, de abóbora, de cidra, de laranja em calda, doce de leite, bolo de fubá cremoso ou com erva-doce. SAM_5545

Há quem diga que a velhice limita demais o viver. Não pensamos assim e, porque somos cúmplices, seguimos não pensando em ruínas, mas na beleza do tempo que nos resta para amar e sermos únicos um para o outro, porque semelhantes e coniventes com nosso presente mais do que com nosso passado e nosso futuro. Não somos pessoas em ruínas, em demolição, como as casas que vemos pelas ruas daqui.

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Somos vida e gostamos de poder escolher a simplicidade, conversar com as pessoas que sempre viveram por aqui; aprendemos muito com elas, desde a linguagem, as expressões, quanto o proceder, o respeito, a quietude. Faz bem estar aqui.

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Sinto muito a falta dele, quando se ausenta por qualquer motivo. Sinto falta de ouvir as canções que põe para tocar, das sugestões de leituras que me propõe, do seu cuidado com nossas árvores e flores e, sobretudo, sinto sabê-lo tão longe de mim. Na verdade, já há muito entreguei meu viver a ele, por livre e espontânea vontade. Ele sabe.

Nosso ser e estar é parceiro.

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EU E MEU VELHO

Quase sempre
acordamos juntos,
tomamos café, cada um do jeito que mais gosta,
vamos aos canteiros de flores,
vamos à horta,
tratamos das galinhas e dos patos
Quase sempre
rimos de nossas imperfeições,
gargalhamos de nossos prejuízos etários,
sentamos e descansamos ouvindo nossos bolerões embaixo da mangueira.
Quando há mangas, chupamos umas tantas, mas sem facas, mordendo a fruta.
Aí, sem mais nem menos, acho meu velho tão sensual mordendo mangas !
Chego mais perto, rimos, nos tocamos, nos beijamos.
Quase sempre
lemos poesias, ficção, ouvimo-nos um ao outro como música
nem sempre suave,
nem sempre terna,
nem sempre pacífica.
Nós dois somos a música.
(Barbacena,  agosto de 2016)

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Texto e poesia: Odonir Oliveira

Fotos de arquivo pessoal (última imagem, do filme “Bob and Rose”, retirada da Internet)

1º Vídeo: Canal Bruxo

2º Vídeo: Canal Odonir Oliveira

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DEDICATÓRIA

Post dedicado à Tereza e Fredmil, que conheço desde os anos 90 em SP. Fizeram há mais de uma década a opção por sair da cidade para viver em outra, menor, e vivem companheiros por lá. Nessa semana fizeram 55 anos de casados. Louvo seu amor e sua parceria. Felicidade e muita saúde para os dois, viu.