“Encontra-me em Vila Rica”, por favor …

POESIA EM MINHA VIDA

Encontros nas redes sociais me fazem relembrar de trabalhos que realizei com meus alunos, hoje homens e mulheres íntegros e cidadãos da melhor qualidade. Acredito que são estrelas que espalhamos nos céus e, de repente, nos aparecem em ramalhetes. E como é belo vê-los assim brilhando, cada um em sua esfera ou no cosmos, em suas atuações.

Sempre lutei para que seus trabalhos fossem vistos, reconhecidos e que autores de livros fossem conhecê-los, dessacralizando a visão fossilizada de que escritores são seres inatingíveis.

Tudo que produziam sempre divulguei para que servisse de estímulo à sua vontade de criar, de continuar criando vida afora.

Este post é uma merecida homenagem a meus garotos e garotas que estão por aí hoje, sendo HOMENS e MULHERES com letra maiúscula.

Obrigada por me engrandecerem toda uma existência, viu.

PROJETO “CIDADANIA”

UM POUCO DE CONVERSA

Havia, em um ano que passou, alunos, em classes diferentes, todos tão diferentes e ainda assim tão parecidos.

Havia uma professora que desejava trabalhar os conceitos da vida, os procedimentos da vida, os valores da vida.

Havia meninos e meninas querendo conhecer cada dia mais sobre a vida.

Encontraram-se e durante aquele ano de 1998 fizeram tanto, mas tanto, que não se contentavam mais com pouco. Queriam cada vez mais e melhor.

Já sabiam a música, agora queriam a letra. Já sabiam o compasso, agora queriam os acordes e o tom. Já sabiam os versos, agora queriam a prosa.   

Já sabiam os valores, agora queriam vivê-los. Já sabiam do tempo, agora queriam o espaço. Já sabiam da massa, agora queriam o volume. Já sabiam das paisagens, agora queriam habitá-las, percorrê-las, vivê-las. Já sabiam da escrita, agora queriam escrever. Já sabiam das cores, agora queriam colorir o mundo. Já sabiam da História, agora queriam fazer História. Já sabiam das letras, agora queriam autoria.

 Assim, caminharam, crescendo muito.

Em 1999, juntaram-se a eles outros professores. Estudaram, aprenderam. Fizeram com que muitos dos quereres acontecessem e, fazendo isso, fizeram Luz.

Agora? Há clarões e luzes por todos os lados!

Professora Odonir Araújo de Oliveira- 1999

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PROJETO CIDADANIA

“ENCONTRA-ME EM VILA RICA”

(7ªs séries ou 8ºs anos)

HISTÓRICO

Iniciamos o trabalho nas 3ªs séries em fevereiro e retomamos, no coletivo dos professores, questões que haviam ficado pendentes no ano anterior quanto a conceitos, valores e atitudes. Ao fazermos essa retomada, elencamos com destaque o tema CIDADANIA – seria o centro de todas as nossas atividades em 1999, ano que se iniciava. Cada componente curricular foi repensado em seus processos para atingir o que estávamos buscando.

Havia problemas intra-escolares e extra-escolares relativos à comunidade em que se inseria a maior parte de nossos alunos – agrupamento de moradias de autoconstrução nos fundos da escola, que ano a ano vinha crescendo e modificando nossa clientela – reflexo da crise social e econômica em que vivemos. Isso nos obrigou a reconhecer a necessidade de mudança de enfoque dado aos componentes curriculares e nos embrenhamos pelos temas transversais, que já eram tão urgentes e não percebíamos.

JUSTIFICATIVA

Optamos pelo trabalho com projetos globais e muito tivemos que estudar e nos reunir para desenvolvê-lo. Sabíamos, então, que a concepção de globalização vinculada ao tratamento interdisciplinar tinha a intenção de promover o trabalho dos professores de diversas matérias em equipe e de levar os alunos a descobrir que os temas estão relacionados entre si – a unidade do saber. Os alunos, após terem decidido, teriam que se engajar, assumir responsabilidades e serem agentes de suas aprendizagens.

OBJETIVOS:

1-Conhecer o país em que nasceram e vivem os brasileiros.

2-Tomar consciência dos problemas do Brasil.

3-Estudar as características físicas, históricas, antropológicas e culturais desse país.

4-Pesquisar possíveis encaminhamentos para soluções desses problemas.

5-Comparar valores sócio-culturais do século XVIII com os do século XX.

6-Conhecer os movimentos revolucionários acontecidos no país.

7- Estudar as diferenças de solo, população, vegetação e os recursos naturais existentes em

M. Gerais no século XVIII e no século XX.

8-Pesquisar vida e obras de autores e artistas mineiros em geral.

9-Conhecer o barroco mineiro.

10-Reconhecer as obras de Guignard e de Aleijadinho.

11-Leitura de versos dos poetas árcades brasileiros.

12- Leitura da obra “Encontra-me em Vila Rica”, de Paulo Condini, Editora Santuário.

13-Estabelecer o hábito da pesquisa como fonte de aprendizagem.

14-Valorizar o patrimônio histórico e cultural brasileiro.

15-Criação de identidade entre os cidadãos e o país visando ao cumprimento de deveres e à conscientização de direitos.

DESENVOLVIMENTO

CRONOLOGIA:

fevereiro a novembro/1999

PROFISSIONAIS ENVOLVIDOS:

Profª Odonir Araújo de Oliveira (Português)

Profª Maria Marilene Muradi (História)

ÁREAS – COMPONENTES CURRICULARES

-Português

-História

-Geografia

-Inglês

-Educação Artística

-Ciências

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1-ESCOLHA DE TEMAS: (ESTÍMULOS INICIAIS)

Projeção do filme CENTRAL DO BRASIL.

Projeção de vídeos turísticos sobre a REGIÂO SUDESTE – Revista Caras

-Leitura do poema CARTAS CHILENAS de Tomás Antonio Gonzaga.

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2-LEVANTAMENTO DE PERGUNTAS: (avaliação inicial/ponto de partida)

-individualmente

-reunião em índice coletivo – por classe

Índice de uma das turmas

O que queremos saber?

  1. Em Mariana e Ouro Preto há favelas? (Renata)
  2. Com que idade Aleijadinho fez sua primeira escultura? (Carla)
  3. Quais os doze profetas de Aleijadinho? (Bruno)
  4. Por que Vila Rica passou a se chamar Ouro Preto? (Renan/Camila)
  5. Por que Tiradentes está com barba e cabelo comprido nas fotos em que está com a corda no pescoço? (Clélio e Joseph)
  6. As pessoas tinham racismo com o Aleijadinho? (Selma)
  7. A taxa de desemprego em Minas é igual a de S. Paulo? (Bruna e Letícia)
  8. Pedra-sabão tem sabão na sua composição? (Paulo)
  9. Onde estão os restos mortais de Tiradentes? (Paulo)
  10. Como a Prefeitura deu início às visitas à mina de Mariana? (Emanuela)
  11. Existem esculturas de Aleijadinho em outros Estados? (Juliana)
  12. Por que em Ouro Preto há tantas igrejas e esculturas barrocas? (Simony)
  13. Onde ficavam os escravos que não trabalhavam nas minas? (Amanda)
  14. O que é Barroco? (Milene/Émerson)
  15. Por que tem tantas igrejas em Ouro Preto? (Bruna/Selma)
  16. Há favelas nas cidades históricas de Minas? (Bruna/ Letícia)
  17.  As pessoas dessas regiões gostam de viver lá? (Bruna Gonçalves)
  18. Com quantos anos morreu Aleijadinho? (Karina/Camila)
  19. Aleijadinho vendia as suas esculturas? (Bruna/Bruno/Karina)
  20. Quantas pessoas ajudavam Aleijadinho a esculpir? (Simony)
  21. Que medidas as administrações de Minas Gerais tomam para preservar o patrimônio histórico? (Murilo)
  22. Quem descobriu o dom de Aleijadinho? (Rodrigo)
  23. Quantas igrejas Aleijadinho esculpiu? (Glauco)
  24. Existem indústrias em Ouro Preto? (Bruno/Rodrigo)
  25. Ainda existe ouro em Mariana e Ouro Preto? (Margareth)
  26. Qual a maior igreja de Ouro Preto? (Diego)
  27. Existem muitos roubos nas cidades históricas mineiras?(Camila)
  28. Há tanta poluição nessas cidades como tem aqui em S. Paulo? (Rafael)
  29. Aleijadinho só esculpia imagens religiosas? (Juliana)
  30. Que tipo de música os mineiros mais gostam? (Isabelle)
  31. As comidas mineiras são as mesmas dos paulistas? (Beatriz)
  32. Por que teve tantos Presidentes mineiros? (Estefânia)
  33. Por que querem privatizar a USIMINAS? (Roberto)
  34. Quanto tempo se leva de S. Paulo até Ouro Preto de bicicleta? (Gracilda)
  35. O que é pepita de ouro? (Michelle)
  36. Quais as palavras típicas dos mineiros? (Leandro/Diogo)
  37. Quem participou da Inconfidência Mineira? (Itamar)

3-SEPARAÇÃO DAS PERGUNTAS:

  • por campos: áreas/disciplinas/fontes de pesquisa

4-INÍCIO DAS PESQUISAS:

  • em classe (individualmente/em grupo)
  • em casa

Professores acompanham as pesquisas oferecendo material e socializando descobertas, a fim de que os alunos enriqueçam seus índices com novas indagações, ampliando seus estudos. Propõem atividades de busca para solução de questões.

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5-ATIVIDADES:

-Leitura compartilhada, e por capítulos, da obra ENCONTRA-ME EM VILA RICA.

-Estudo do momento histórico de que fala a narrativa da obra lida.

-Estudo do BARROCO no BRASIL e do BARROCO MINEIRO.

-Estudo da região histórica mineira: área, vegetação, população, produção agrícola e industrial, entre outros aspectos.

-Estudo das variantes lingüísticas (regionalismos mineiros)

-Pesquisa da vida de autores mineiros.

-Leitura de textos avulsos e obras completas de autores mineiros, em verso e prosa.

-Caracterização do texto instrucional (estudo e criação de receitas/cardápios/ guias turísticos)

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-Pesquisa e audição de músicas de grupos mineiros de música popular e erudita.

-Estudo das obras de ALEIJADINHO.

-Estudo e releituras de pinturas de GUIGNARD.

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RETRATO DE UMA FAMÍLIA, de Alberto Guignard, 1930sam_2438

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(Releituras do aluno Clélio Gonçalves de Souza e de Isabelle Dourado  das obras de Guignard)

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-Estudo do texto dramático -criação de  RADIONOVELAS

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LIBERDADE MINEIRA CENA III – CAPÍTULO XV

(A cena passa-se em 1774, em Vila Rica, Minas Gerais, na casa de Cláudio Manuel da Costa. São oito da noite)

Cláudio: Querida, mande as escravas aprontarem logo o jantar que nossos convidados já estão para chegar.

Juliana: Mas quem você chamou, afinal, Cláudio?

Cláudio: Ora, nossos grandes amigos: Marilia, Dirceu, Maria Dorotéia e Tomás Antonio Gonzaga.

Escrava: Senhora, os convidados chegaram.

Cláudio: (apressado) Depressa, Juliana, vá receber os convidados e diga que estou esperando na sala de visitas.

Juliana: (sorridente) Amigos, há quanto tempo! Boa noite, Tomás. Como é que vai? Oi, Marília. Cláudio os está esperando na sala de visitas.

Cláudio: (contente) Amigos, como vão? Por favor, vamos jantar?

Marilia: Eu e Juliana temos muito que conversar.

Maria Dorotéia: É temos que colocar a conversa em dia.

Cláudio: E como estão indo as coisas para você, Tomás?

Tomás: Como sempre, dando duro e os portugueses roubando mais que podem.

Maria Dorotéia: É mesmo, estão cobrando impostos demais. E altíssimos.

Marília: Só falta eles cobrarem impostos de nossas roupas íntimas!

Cláudio: Eu não duvido nada. Do jeito que esses portugueses são, eles seriam bem capazes disso.

Tomás: Se algum dia alguém se rebelasse contra o Governo de Portugal, eu certamente estaria do seu lado.

 Cláudio: Eu seria capaz de arriscar a minha vida pela liberdade.

Juliana: (irritada) Pare com isso, Cláudio, e vamos jantar em paz.

Acabado o jantar…

Maria Dorotéia: O jantar estava ótimo, Juliana.

Marília: Precisamos nos reunir mais vezes.

Cláudio: Até mais, amigos.

Tomás: Foi um prazer.

Juliana: (cansada) Eles já se foram embora. Vamos dormir, Cláudio.

Cláudio: (sério) Mas sinceramente, Juliana, daria a minha vida pela nossa liberdade.

Juliana: (sonolenta) Vamos dormir, por favor, Cláudio.

AUTOR: Antonio Bastos do Vale – 7ª C

CULINÁRIA MINEIRA

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VÁRIOS CARDÁPIOS DE RESTAURANTES

Estudo da linguagem televisiva: criação de programas de culinária para TV – com gravações em criação de vídeos

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SISTEMA MINEIRO DE TELEVISÃO – “TREM -BÃO” – PROGRAMA DE CULINÁRIA

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-Leituras de capítulos de ROMANCEIRO DA INCONFIDÊNCIA, de CECÍLIA MEIRELES.

-Apresentação de FESTIVAL DE POESIAS. (declamação de poemas e concurso com premiação dos 20 melhores: POETAS BRASILEIROS PEDEM PASSAGEM).

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VOTAÇÃO

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-Criação do JORNAL DA HISTÓRIA (manchetes e notícias do passado e do presente mineiro).

-Simulação do julgamento de TIRADENTES. (criação da argumentação oral e escrita).

Criação de texto publicitário bilíngue (inglês/português) para divulgação das cidades mineiras.

-Utilização da ENCICLOPÉDIA ELETRÔNICA ENCARTA, em inglês, nas aulas na SALA DE INFORMÁTICA, para ler e traduzir informações para o português, sobre o conteúdo pesquisado.

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-Estudo de outros MOVIMENTOS REVOLUCIONÁRIOS brasileiros e sua comparação com a CONJURAÇÃO MINEIRA.

-Leitura de textos jornalísticos sobre a questão do HERÓI. (entre outros “As barbas de TIRADENTES”, em AS ARMADILHAS DO PODER, de GILBERTO DIMENSTEIN).

Comparação das cidades históricas mineiras com outras cidades históricas brasileiras.

-Recriação de capítulos do livro ENCONTRA-ME EM VILA RICA.

-Criação de poemas ilustrados sobre MINAS GERAIS.

Apresentação dos trabalhos para o autor da obra, PAULO CONDINI, em visita à ESCOLA.

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(Escritor Paulo Condini autografa livros de alunos)

TEXTOS NARRATIVOS

-Produção de textos narrativos escritos pelos alunos ENCONTROS COM MINEIROS FAMOSOS encadernados em livro de capa dura.

MEU ENCONTRO COM JOAQUIM SILVÉRIO DOS REIS

Vou contar uma conversa, uma simples conversa, mas que mudou todo um movimento.

Lá estava eu andando pela CASA DOS CONTOS, quando avistei, ao fundo de uma sala escura, um homem. Me aproximei para ver e lá estava Joaquim Silvério dos Reis, um militar de nosso movimento. Lá estava ele, cabisbaixo. Na mão, um copo e na mesa uma garrafa de vinho quase vazia.

–          Posso me sentar? – perguntei, já puxando uma cadeira.

–          Claro!

–          Então, Joaquim, todos já se foram e o que você está fazendo aqui?

–          Bebendo, bebendo, para esquecer os problemas.

–          Mas que problemas, a Conjuração vem seguindo tão bem?

–          Ah, a Conjuração, a maldita CONJURAÇÃO. Mas quer saber, eu sou humano e como qualquer ser humano, tenho problemas! Todos vocês só se preocupam com esse movimento e se esquecem de que têm famílias e vidas para cuidar!

Percebi que Joaquim estava tenso. Pensei que talvez a bebida o tivesse deixado tão nervoso. Alguns minutos de silêncio e resolvi tentar descobrir o que estava havendo com ele.

–          Me desculpe, talvez tenha sido inconveniente. Vou me retirar, com licença.

–          Não, fique. Sinto que se eu ficar sozinho, vou acabar fazendo uma besteira.

–          Então me conte o que está acontecendo, Joaquim, só assim poderei ajudá-lo.

–          Ninguém nesse mundo além de mim pode me ajudar.

–          Mas, talvez, desabafar, ajude.

–          Pois bem, afinal não tenho nada a perder. É o seguinte: eu estava em um dilema entre a lealdade e a paz definitiva.

–          Não entendo.

–          Bem, tudo se concretiza assim: eu estou falido, endividado na Corte e não são dívidas pequenas, mas se por acaso eu acabasse com toda essa CONJURAÇÃO, a delatando ao Visconde de Barbacena, tenho certeza de que minhas dívidas estariam completamente quitadas.

–          Joaquim, você tem consciência do que está dizendo? Se fizer isso, além do movimento, a vida de todos nós estará acabada.

–          E você acha que não estou pensando nisso também?!

–          Chega, não vou ficar aqui ouvindo isso. Faça o que vier em sua cabeça e o que você achar melhor. Só que se eu tiver que lutar por meus companheiros, vou lutar, mesmo que tenha de lutar contra você.

Depois de me retirar da sala, pensei que talvez tivesse sido rude demais com Joaquim, mas decidi deixar que o destino levasse tudo aquilo à diante.

AUTOR: Murillo Soares Barreto – 7ª A

-Estudo dos MINERAIS extrativos das regiões mineiras no século XVIII e no século XX.

6-REGISTRO DO 3º ÍNDICE:

Recapitulação do trabalho realizado:

1-Índice individual

2-Índice coletivo

3-Sub – temas pesquisados e organizados.

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7-CONFECÇÃO DE UM DOSSIÊ DE SÍNTESE:

-O aluno reúne em um DOSSIÊ de síntese todos os aspectos tratados, pesquisados e todas as suas produções durante o PROJETO.O aluno cuida da apresentação de seus trabalhos de forma artística e criativa, como um PORTFÓLIO.(que é de sua propriedade) – elemento de auto-reflexão e avaliação.

-Relação de QUESTÕES PENDENTES, que tenham ficado sem respostas, ao final do DOSSIÊ.

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(Capas do dossiês das alunas Isabelle Dourado e Estefânia de Lima, respectivamente)

8-AUTO-AVALIAÇÃO E AVALIAÇÃO:

-AVALIAÇÃO CONTÍNUA da evolução na solução dos problemas (perguntas a que se propôs a responder)

-AUTO-AVALIAÇÃO (escrita) – sobre o percurso desenvolvido e o produto do seu processo de pesquisa. (constando no DOSSIÊ DE SÍNTESE- “O que eu aprendi com todo esse Projeto, hem?”

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Auto-avaliação de uma aluna

Fazendo esse DOSSIÊ MINEIRO, eu me dei conta que sabia de coisas que eu nem sabia que soubesse. Eu fui escrevendo, escrevendo e quando me dei conta …Já nem sei mais de tão encantada que estou.

Eu tenho certeza de que tudo que eu aprendi ou escrevi nessa junção de conhecimentos, não foi uma “decoreba”, eu aprendi de verdade. É claro que que eu não sou um computador que armazena informações sobre Minas, mas meu conhecimento aumentou muito.

Assim que esse trabalho começou eu era leiga no assunto, tanto quanto desconhecia a existência desses lugares, quem dirá todas as informações registradas aqui.

Apesar de ter sido cansativo, porque é claro, eu busquei além do que eu já sabia, tive que pesquisar um pouquinho mais, embora eu já tivesse tudo, ou melhor, quase tudo esclarecido, além das horas de sono perdidas… nada foi em vão.

Eu fico mais contente ainda, quando lembro que tudo isso é BRASIL, o meu país, onde nasci e quero viver o resto dos meus dias, afinal, é essa a intenção: conhecer o país em que moramos, que por sinal tem histórias belíssimas para contar.

Posso falar de todo coração, são lugares como os que “conheci” agora, que me orgulham de ser brasileira. É, mas também não posso esquecer que Minas faz parte do meu conhecimento e da minha imaginação: essa é a única parte chata – quero ir a Minas Gerais!!!

Estou me orgulhando de mim, modéstia à parte.

Aproveito também esse espaço para deixar um abraço bem agradecido pra professora Odonir!!!  

Valeu muito. Ela merece! Esse não é o fim do dossiê, nem do trabalho, ainda é só o começo.

Isabelle Dourado – 7ª B

Barbacena- Acervo Bárbaras Cenas

Produção de texto individual sobre tudo o que se aprendeu durante o PROJETO (CARTA a alguém onde se enunciam as aprendizagens, constando no DOSSIÊ DE SÍNTESE INDIVIDUAL).

São Paulo, 16 de novembro de 1999

Meu amigo Ricardo:

Olá, tudo bem?

Estou lhe escrevendo essa carta para lhe contar o que estudamos na E.M.E.F. RUI BLOEM  esse ano. Não vou lhe contar tudo, mas como havia me perguntado que projeto havia estudado, vou lhe contar tim, tim, por tim, tim.

Começamos com o projeto Cidadania, assistimos a fitas de vídeo sobre uma região que lhe interessa – sudeste – destacando-se Minas Gerais. A professora Odonir nos mostrou um livro chamado “Encontra-me em Vila Rica”, todos nós compramos o livro – muito bom por sinal – nos envolvemos num trabalho mais profundo sobre Minas Gerais, estudamos tudo ou quase tudo, levantamos perguntas sobre o projeto, Aleijadinho, Tiradentes entre outros.

Como havia lhe dito, de Minas Gerais, só conhecia Teófilo Otoni. Hoje posso lhe dizer que conheço muitas outras cidades. Não que eu as tenha visitado, mas por estudar as suas características, a história da Inconfidência, a música, os grupos mineiros, entre eles “Só pra contrariar”, a culinária, eh….trem bão…, cada prato, cada doce! Devo ter engordado uns dois quilos, só por estudar esses pratos.

Mineiros, seus hábitos, suas artes…Uai ! se eu for lhe contar tudo vai dar umas cinco folhas !

Como no ano passado, a professora Odonir trouxe o autor do livro que estávamos lendo – Paulo Condini . Sabe, ele ficou muito emocionado com todo esse projeto.

No começo, quando a professora falou Minas Gerais, lembrei-me muito de você, que justamente tinha ido morar na Grande Minas Gerais!

Bem, o projeto ainda se desenvolve até o fim desse mês.

Ah, não posso me esquecer dos stands. É isso aí, o nosso trabalho foi exposto na DREM, MOSTRA A TUA CARA . Foi emocionante. Eu interpretei Carlos Drummond de Andrade, nosso maior poeta, como você sabe. Fiquei muito emocionada com todo o trabalho. Pra finalizar, fizemos um dossiê, onde havia tudo que estudamos.

Aprendi que nós, como brasileiros, temos que valorizar o nosso Brasil, pois ele, sem dúvida, é o melhor país do mundo.

Quem sabe, um dia, eu não irei a Minas Gerais e junto com você conhecerei mais sobre a arte do nosso país e degustarei as deliciosas comidas mineiras, que me dão água na boca só em pensar.

Sem mais, mando-lhe lembranças e estou com muitas saudades.

    Sua amiga,

                                                                          Bruna Cristina

(Desculpe se me esqueci de algo, é que o trabalho é muito extenso).

São Paulo, 16 de novembro de 1999

Bênção, vô Manuel:

Lembra que eu lhe disse que eu estava fazendo um projeto sobre Minas Gerais? Pois é, eu já estou quase terminando ele, mas pode continuar mandando curiosidades sobre Minas.

E as enciclopédias que o senhor me deu. No começo eu não lia, mas depois descobri que lá havia bastante assunto sobre Minas.

Na parte da música, falava de Ataulfo Alves e Ari Barroso, com as músicas “Aquarela do Brasil” e “Amélia”.

E a receita de ambrosia que o senhor tentou ensinar para minha mãe?

E ela aprendeu, mas foi com a Jú!

E a literatura? Tem o Ziraldo, de quem o senhor me contava a história do Maluquinho.E o Drummond? Eu adorei a poesia “José”.

Ah, vô, bem que o senhor podia dar uma passadinha em Ouro Preto! Pena que o senhor mora aí em Montes Claros!

Eu também aprendi a linguagem dos mineiros: “uai”, “sô”, “trem bão”…

Mas eu nunca vi o senhor falar assim!

Ah, eu não posso esquecer de Guignard, um pintor mineiro! Eu aprendi a fazer um quadro dele!

Bom, vô, acho que vou terminar por aqui.

Depois eu escrevo falando da carta para o Itamar Franco que vamos escrever!

             Peço a bênção de novo e um abraço do seu neto Clélio.

9-AVALIAÇÃO DOS PROFESSORES:

-Comparação entre a avaliação e auto-avaliação.

-Discussão e registro, em assembléia, do próprio processo vivido e em relação ao grupo (aluno-aluno/aluno-professor/professor-professor).

-Estabelecimento de uma nova seqüência onde se tomam decisões sobre um NOVO PROJETO sobre um NOVO TEMA (SÃO PAULO)

10-EXPOSIÇÃO DO MATERIAL:

-Apresentação para a COMUNIDADE ESCOLAR (alunos/professores/funcionários e pais) dos PRODUTOS do trabalho.

-Apresentação dos alunos e seus trabalhos no CONGRESSO DE EDUCAÇÃO da DELEGACIA REGIONAL DE ENSINO DO MUNICÍPIO DE SÃO PAULO –DREM, MOSTRA A TUA CARA – nov/1999.

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– Trabalho apresentado em diversos encontros de professores de ESCOLAS PÚBLICAS e de ESCOLAS PRIVADAS em S. Paulo.

– Trabalho publicado na  REVISTA DO PROFESSOR – RS. nº 66/2001

11-MATERIAL:

-livros de literatura brasileira, enciclopédias, INTERNET, jornais, vídeos, filmes, livros didáticos dos diversos componentes curriculares, pedra-sabão, ferro, aço, fotos, gravuras, guias de agências de turismo, dicionários, TV, vídeo, aparelho para CD, retro-projetor, filmadora, máquina fotográfica, fogão, geladeira.

12-OBSERVAÇÕES / CONCLUSÕES:

– Registro das QUESTÕES PENDENTES nesse PROJETO, delas nasceram os temas para o PROJETO-2000.

LEIA TAMBÉM: Trabalho realizado no ano anterior (1998) com as mesmas turmas.

”Contos de mistério, viagens de trem”

Contos de mistério, viagens de trem

Post (editado) , mas originalmente publicado em: http://jornalggn.com.br/blog/odonir-oliveira/numa-toada-mineira-eh-minas-eh-minasfazendo-a-travessia

Texto elaborado por: Odonir Oliveira

Fotos de arquivo pessoal

17 comentários sobre ““Encontra-me em Vila Rica”, por favor …

  1. Camila Rocha (Via Facebook) GENTE! A memória já tinha apagado os detalhes desse projeto. Não me lembrava de como foi extenso! Que delícia, que saudades! Eu só tenho a agradecer ❤

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  2. Juliana Alves de Almeida (Via Facebook) Quanta saudade dessa época, nos empenhamos tanto neste projeto. Todos conhecendo um “cadim” de Minas e de tantas histórias que por lá se passaram e tiveram grande importância para nosso país e cultura.

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  3. Clelio Gonçalves de Sousa (Via Facebook) Estamos a espalhar clarões por todo esse mundo agora! Professora Odonir, minha grande referência! E que orgulho poder ser seu amigo hoje aqui no Facebook e poder continuar sendo o seu eterno aluno. Minha eterna gratidão por todo o seu trabalho!

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  4. Margareth Canotilho(Via Facebook) Meus olhos brilham ao lembrar desse projeto. Você tem o dom da educação, grande mestre, impactou de forma positiva a vida de tanta gente. Não poderia ter sido melhor!

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