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MINHA OBRA PREFERIDA
Desde que começou a divulgação do filme Grande Sertão, de Guel Arraes (filmado antes da pandemia e depois da montagem teatral da diretora Bia Lessa, no Sesc Pompeia, em São Paulo, e elogiadíssima (já expus fotos de sua cenografia aqui no blog, inclusive). Mas desde a menção ao filme, me preocupei, visto tratar-se de grande desafio querer filmar a obra de Guimarães Rosa, em um tempo futuro ou futurístico, sem se perder em tempo e espaço. Fui acompanhando, em 2024, as entrevistas dos autores do roteiro, do diretor e tudo o mais. Depois, quando começaram a liberar cenas no trailer e mais, fiquei triste. Era o que eu acreditava que aconteceria. Embora os roteiristas e o diretor neguem tratar-se de um filme da categoria favela movie, a meu ver é sim.
Comenta-se em rodas intelectuais e literárias que as autorizações para filmes, peças de teatro etc. baseadas na obra de Guimarães Rosa são feitas a peso de ouro por seus familiares, as mais caras de toda a literatura brasileira. Talvez, muito mais do que optar por uma estética futurista, sem ficar do lado dos mocinhos, nem dos bandidos - como declarou Guel Arraes, a questão de bilheteria com apelo aos novos públicos, que gostam desse gênero de filme, tenha sido muito importante também.
Escreveram, antes da estreia, que Guimarães Rosa iria aprovar esse roteiro e que esse filme levaria muitos a lerem sua obra.
Eu, professora de literatura e fervorosa leitora de Guimarães Rosa, afirmo que nem uma coisa nem outra.
Fui beber Rosa no seu livro, nas orelhas do seu livro… Achei melhor.
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“Adaptar livros para a tela grande não é tarefa fácil. Um clássico literário, então, é ainda mais difícil. Por isso, “Grande Sertão”, que estreia nos cinemas nesta quinta-feira (6), tinha o grande desafio de apresentar uma das obras mais conhecidas de Guimarães Rosa para um novo público, ao mesmo tempo que precisava agradar os admiradores da obra original. Infelizmente, o filme tem grande chance de não satisfazer nem um lado nem o outro.” – Leia aqui: https://g1.globo.com/pop-arte/cinema/noticia/2024/06/06/grande-sertao-ousa-para-adaptar-classico-da-literatura-mas-confunde-e-entedia-g1-ja-viu.ghtml
Sobre Guimarães Rosa, leia também aqui no blog: “O sertão é confusão em grande demasiado sossego” – https://poesiasdemaosquesentem.wordpress.com/2021/04/20/o-sertao-e-confusao-em-grande-demasiado-sossego/ “Guimarães Rosa, o médico no escritor” – https://poesiasdemaosquesentem.wordpress.com/2020/12/06/guimaraes-rosa-o-medico-no-escritor/ “Bordando Rosa” – https://poesiasdemaosquesentem.wordpress.com/2020/06/01/bordando-rosa/ “O sertão é dentro da gente” – https://poesiasdemaosquesentem.wordpress.com/2019/10/18/o-sertao-e-dentro-da-gente/ “Guimarães Rosa, mire e veja” –https://poesiasdemaosquesentem.wordpress.com/2018/01/21/guimaraes-rosa-mire-e-veja/ “A colheita é comum, mas o capinar é sozinho” – https://poesiasdemaosquesentem.wordpress.com/2018/01/21/guimaraes-rosa-mire-e-veja/ “Qualquer amor já é um pouquinho de saúde, um descanso na loucura” – https://poesiasdemaosquesentem.wordpress.com/2017/10/19/qualquer-amor-ja-e-um-pouquinho-de-saude-um-descanso-na-loucura-g-rosa/ “O senhor sabe o que é silêncio é a gente demais” – https://poesiasdemaosquesentem.wordpress.com/2017/02/08/o-senhor-sabe-o-que-silencio-e-e-a-gente-mesmo-demais-g-rosa/ “Na terceira margem do rio: a de dentro” – https://poesiasdemaosquesentem.wordpress.com/2017/08/02/na-terceira-margem-do-rio-a-de-dentro/
Texto: Odonir Oliveira
Fotos de arquivo pessoal
Vídeo: Canal Fãs de Cinema