Como se vidas tivessem rotundas, alguns as ajudassem a viradas alguns colaborassem com reinícios, alguns motivassem a reviravoltas... Como se vidas tivessem rotundas, a máquina ganhasse mais forças, as cores se reavivassem, a melodia apitasse mudanças de rumo. Vidas deveriam conter rotundas eternas.
MARIA FUMAÇA Sou uma Maria Fumaça, tenho seu cheiro, tenho seu calor, tenho suas cores. Sou uma Maria Fumaça, venho do passado, mostro-me no presente, preservo-me ao futuro. Sou uma Maria Fumaça. Quem viaja em mim sabe de cor.
SEGUINDO NA VEREDA Por metáforas e alegorias viajam as emoções. Por hipérboles e metonímias embarcam os passageiros. Por eufemismos e pleonasmos correm os trilhos. Há veredas por toda parte.
O cheiro de lenha queimada, do diesel, da água, de gente
provocam reações sem nomeação em mim.
O trilhar pelos ferros, o sacudir, o ir-se … êxtase.
Tudo ali é braço é mão é toque é sabor é aroma.
Trens, trilhos, trilhas, tralhas são minha pele.
TRILHOS
Andar nos trilhos
Trilhar caminhos
Dormentes acordando sentidos
encruzilhadas eternas
apitos que cortam uma noite que não termina
vozes segredadas entre dentes
vozes felizes por conquistas perseguidas ferrenhamente
idas vindas voltas encontros desencontros separações
bancos nas estações, repletos de ouvidos secretos e bocas atormentadas
Trens fazem anúncios sempre.
TREM DOIDO, SÔ
arranjei uma casinha rústica pus gramado no seu quintal jardineiras na janela pra poder ficar olhando o trem dali ouço seu apitar várias vezes ao dia observo seu serpentear melancólico com carga exposta com carga imposta com seu maquinista diário várias vezes, várias vezes, várias vezes enamorada por seu bucolismo fico encantada hipnotizada mesmo pelo prazer primeiro de ser passageira daqueles vagões não sou carga ferro, aço, derivados não estou sentada em seus bancos sou mera namoradeira de seu ir e vir cotidianamente arranjei uma casinha rústica sem azulejos na cozinha com portas singelas com cômodos simples cheia de sol de norte a sul arranjei uma casinha rústica só para poder ver nascer e morrer o dia dali a lua vem a lua vai arranjei essa casinha rústica de frente para o fim do mundo.
A LOUCA DA ESTAÇÃO -Quem é aquela mulher com aquela maleta de madeira ali na estação vazia? -É a louca da estação, inofensiva, siga o carro. -Parece que eu já a vi caminhando nos trilhos em outras cidades vizinhas, seria a mesma mulher? -Deve ser ela mesma. Uns dizem que se chama Efigênia, outros a chamam de Eugênia e a molecada debochada grita das motos, quando passa por ela, ”Gênia, ô Gênia sai da linha do trem, vai pra estação, o trem vai parar lá!” -Que idade teria, vocês sabem? -Uns dizem ter 80; outros, mais de 90. A magreza e os andrajos, a maleta de madeira, tudo aponta para isso. Os pés rachados nos calcanhares, a pele enrugada e queimada de sol, também. -Sempre viveu aqui na cidade? -Não se sabe, mas teria tido uma grande história aqui. Fora internada no Hospital Colônia por seus irmãos, quando descobriram que se envolvera com um político da região em que moravam e engravidado. Ele era casado e amigo de seus irmãos, de sua família. Deram um jeito de sumir com ela, internando-a no manicômio e adotando o filho dela, que nascera lá. Depois do parto, enlouquecera de vez. Disseram a ela que seu bebê morrera no parto. -Mas por que não iam visitá-la? E o pai da criança? -Não se sabe ao certo. Uns dizem que virou prefeito anos mais tarde. Padrinho de batismo do filho, morreu, sem nunca revelar a ele ser seu pai. -Ela permaneceu muitos anos no hospício? -Sim, décadas de sofrimento, choques elétricos, sequelas físicas e psicológicas eternas. Minha tia trabalhou lá, já nos últimos anos, antes de ser fechado e soube de muitos detalhes desta e de outras tantas histórias dos pacientes internados ali. -Por que anda pelas ruas? E os familiares? -Todos já estão mortos. Ela é tida como inofensiva. Perambula pelos trilhos e por estações da redondeza, sempre com a maletinha, fala sozinha, ri e chora sozinha. Às vezes senta em alguma estação. Nas desativadas, chega a pernoitar. -Por que não a acolhem, não cuidam dela, não tratam dela? -Ela é forte, é uma sobrevivente, creio que prefira estar no mundo que criou para se defender, para se proteger. Não volta mais, não sai mais dele não. -Coitada, por que essa fixação nesse espaço, em trilhos, trens, estações? -Parece que quando a arrancaram de casa para interná-la, teria pego o trem acreditando que seu amado estaria esperando por ela na estação seguinte. Os irmãos lhe disseram isso, e o pai também. Iria viver com ele em outra cidade ….mas disso se sabe pouco, apenas que eram de São João del Rei. -O que ela fala enquanto caminha? -Cada hora uma coisa, como se fossem capítulos, sem cronologia, sem nexo, conta que vai ser feliz com seu namorado, vai ter um bebê, que ele está na estação esperando. -Então deve ser por isso que caminha nos trilhos, percorre as estações vizinhas … deve ter parado no tempo, congelado as emoções naquele último instante de projeto de futuro, de realizações, né? -Não sei, sou advogada, a psicóloga aqui é você. Está de férias, né, não vamos falar de loucura até nas suas férias! -Somos todos loucos, por uma razão ou outra, tia. De perto, ninguém é normal. E nosso inconsciente grita, quando menos esperamos, e nem nos damos conta disso. Mas quem é mesmo essa mulher? -A louca da estação.
Το παιδί είναι ο πατέρας του ανθρώπου. (William Wordsworth) – A criança é o pai do homem
My heart leaps up when I behold A rainbow in the sky: So was it when my life began; So is it now I am a man; So be it when I shall grow old, Or let me die! The Child is father of the Man; I could wish my days to be Bound each to each by natural piety.
(“My Heart Leaps Up”, também conhecido como “the Rainbow”, 1802) – William Wordsworth (1770 – 1850)
“Meu coração salta Quando vejo arco-íris no céu: Assim foi quando minha vida começou; Assim é agora que sou um homem; Assim será quando eu envelhecer. Ou deixe-me morrer! A Criança é pai do Homem; Eu poderia desejar que meus dias Fossem conectados por piedade natural.”
A MENINA QUE SABIA DIZER Entre casas de vila nasceu a menina. De logo, acharam-lhe os dedos longos, de pianista famosa. De rosto, encontraram nela traços de pimenta ardida De observadora, perguntadeira, profetizaram sua inteligência. Mas a menina gostava era de dizer. A menina sabia dizer. A menina tinha o que dizer. A menina logo leu anúncios em bondes e trens em alto e bom som. Depois, a menina escreveu palavras em paredes, portas e papeis. Em muitos papeis. A menina tinha palavras que lhe escorregavam pela língua, saltando-lhe da boca infantil como pirilampos, pairando em ouvidos alheios com assinatura. A menina resolveu então catar todas aquelas palavras que saltavam de si reunindo-as em um ramalhete, que de tão grande, tão grande, derramou-se por casas, ruas, avenidas… Assim, muita gente pode saber o que a menina tinha tanto para dizer.
O MENINO QUE HÁ EM MIM Se me sei livre, me vejo aprisionada em um corpo que não mais é o meu de nascimento. Este que me carrega as forças não tem o viço do outro o peito cheio de sonhos a cabeça enfeitada por desejos as mãos de perseguir bolinhas de mercúrio dos termômetros. O que sei é que o menino que havia em mim já há muito deixou este corpo e vive em outro fresco de memórias doce de afagos encantado com um trem.
A MENINA QUE OUVIA HISTÓRIAS DAS ESTRADAS Domingos na janela da casa da avó mineira sete irmãos caminhoneiros carregados de mineirices narram a semana anterior, sentados na calçada seus caminhões estacionados margeando a rua inteira um rio de carrocerias de todas as cores aventuras e desventuras a menina ouve a menina se fascina imaginando aquelas viagens o cigarrão enorme de palha se apaga acendem uns os dos outros metáfora da prosa riem, narram o possível o proibido fica para boleias cúmplices cumprimentam os que passam são interrogados sobre suas idas e vindas escorrem-lhes prazeres da língua Assim eram os ”Dorenço”.
PRAZERES NAS VEREDAS segue dentro e fora a luz, a cor, o aroma afagar-se de primaveras segue dentro e fora é hora de lamber o entardecer ouvir o canto do trem cegar-se com o não visto segue dentro e fora a fascinação primeira o néctar último os vagões nos trilhos segue dentro e fora é parada é chegada é porto ouve um hino perfumando o crepúsculo
Sobre o Projeto Guri
Mantido pela Secretaria de Cultura e Economia Criativa do Estado de São Paulo, o Projeto Guri é considerado o maior programa sociocultural brasileiro e oferece, nos períodos de contra turno escolar, cursos de iniciação musical, luteria, canto coral, tecnologia em música, instrumentos de cordas dedilhadas, cordas friccionadas, sopros, teclados e percussão, para crianças e adolescentes entre 6 e 18 anos.
Mais de 50 mil alunos são atendidos por ano, em mais de 340 polos de ensino, distribuídos por todo o Estado de São Paulo. Os polos, localizados no interior e litoral, incluindo os polos da Fundação CASA, são administrados pela Sustenidos, enquanto o controle dos polos da capital paulista e Grande São Paulo fica por conta de outra organização social.
A gestão compartilhada do Projeto Guri atende a uma resolução da Secretaria que regulamenta parcerias entre o governo e pessoas jurídicas de direito privado para ações na área cultural. Desde seu início, em 1995, o Projeto já atendeu mais de 850 mil jovens na Grande São Paulo, interior e litoral. FONTE: http://www.projetoguri.org.br/
A PRIMEIRA VIAGEM DE DORA Pedira tanto aos pais para ir com eles, queria tanto fazer uma viagem de trem e todas as vezes em que iam até a Borda do Campo não a levavam. Insistiu por anos, talvez dos 10 aos 18. Agora ia. Mas queria ir até a última estação. Os pais desceriam antes, teria que descer com eles. Pediu, implorou, queria ir até o fim. Para isso arquitetou o plano de desejar conhecer a Igreja Matriz – os pais já a conheciam, ela, não. Fez novena pra eles lhe oferecerem tal graça. A mãe não entendia por que tanta vontade de ir conhecer a tal Igreja Matriz, mas Dora sabia se fazer de devota, penitente, até conseguir sua graça. E conseguiu mesmo. Os pais desceram na estação de sempre, tinham compras a fazer, encomendas, comerciantes de tecidos que eram. Dora seguiu em seu desejo. Algo muito mais forte a impelia a ir. Tinha botinhas de couro nos pés, saia até os tornozelos, chapéu de laço, sombrinha de tecido e crochê. E sonhos, desejos. Dora era admiração, contemplação pura. Sonhava com trens, e o pulsar dos trens em suas veias era trilha de projetos, de realizações a chegar. Quais? Queria conhecer um homem que a amasse, constituísse família com ela, fosse temente a Deus e a levasse a muitas viagens de trem. Pediu tudo isso na Igreja Matriz de Juiz de Fora. Talvez o encontrasse já na estação mesmo, na hora da volta. E, devota, como era, tomara o tenha encontrado e realizado seus desejos. Afinal, os tempos mudavam, já estavam em 1921.
BRASÃO Há um cavaleiro de nome Patrick Dollinger Sabe o nome da moça Conhece seu de fora e o de dentro Enxerga sua particular afeição por ele Observa a moça de longe Tem belo casaco vermelho com seu nome bordado no peito Assopra no ar toadas, pelas noites, para que cheguem ao amanhecer aos ouvidos da moça Tem nobreza africana, olhar de índio e sorriso de sertão. Fidalgo, percorre trilhos dias e dias em direção à moça. Ela sabe e espera.
A NORMALISTA E O TREM A normalista Denise está quase para se formar, será a oradora da turma e quer ir ensinar no interior. Propôs-se a isso. Tem 18 anos, a cabeça cheia de ideias e vontades de alfabetizar crianças e adultos, em alguma fazenda do interior. Soube de algumas dessas iniciativas, durante o curso Normal e se encantou com elas. Pai e mãe falecidos, queria construir sua história. Em 1953, moças estudam, se formam professoras e são bom partido para homens. Cansou de ouvir “Cuidado, está cheio de homem interesseiro, querendo casar com professoras e viver às custas delas, cuidado”. Naquela viagem de trem seguem com ela suas verdadeiras intenções, fazer a diferença, ser útil, interferir em destinos, educar, ensinar. E aprender. Denise é muito metódica, estudiosa, sabe tocar piano, gosta de ler em francês, vive enamorada por romances europeus e conhece bastante da literatura brasileira. Queria ser fotógrafa ou jornalista talvez. Entretanto, gostava de ensinar, era o que todos lhe diziam, e ela também achava isso. Quem sabe, mais tarde, mais velha, mais amadurecida, pudesse ser jornalista, quem sabe. Enquanto segue no trem, revê seu curso Normal, pensa no que desejavam suas colegas: casar, ter filhos, continuar por lá mesmo. Denise pensa em estudar mais, continuar perseguindo seus sonhos. O trem para em mais outra estação, ela se levanta, pergunta, se interessa, parece buscar algo, alguém, uma vereda. O trem segue. Logo estará na Fazenda Cabangu e, se gostar do que vir por lá, dali a 2 meses, ficará em definitivo. O trem apita, há uma travessia, um cruzamento. Denise espera, Denise aguarda, Denise deseja. Tomara tenha confirmado o alvo para suas flechas. Felicidades para Denise.
VAGÕES Há como um compasso aberto no traçado de certas rotas. Toca-se ao extremo a superfície apoia-se a ponta seca nos dormentes eriçam-se os cordeiros empina-se a fornalha queima-se um fogo eterno por bancos, poltronas , estribos, trilhos. Vagões vagueiam por espaços etéreos de estradas verticais qual pássaros audazes. Há como uma geometria desconexa de espelho, imagens se opõem ainda que as mesmas. Há um mistério no sussurro lamento do apito de um trem.
UM SÁBADO E UM RIO Clareia a manhã, é o dia marcado na margem do rio. Um trem ruma ao largo do rio. Um céu se abre em plumas e faíscas ao curso do rio. Umas ilhas de areia no curso, uma ponte, uma estação, outra estação. O sol se abre maior, a tepidez das águas de longe escorre pelos vidros do vagão. Imagens conhecidas desconhecidas congeladas nas telas das retinas eclipsadas por marchas de trilhos. O rio gêmeo ao trem segue em pedras, seixos, plumas e, no céu, nuvens quentes perseguem os vagões, qual anjos de guarda a encaminhar fadas e tapetes voadores em naus de velas e ventos eclipsados de dor. Que cheguem rios, lagos, lagoas perpassando ramais secos e caminhos férteis por águas mínimas de flores campestres e árvores nativas. Não há tempos tardios, sempre é cedo que o dia começa e estará ao meio. Nenhum traço de chuva, tempestade, raio, trovão. O rio corre. O trem corre. A manhã corre. O dia ao meio chegando. A hora seguinte no rumo, no sumo, no prumo, na água corrente, na vida corrente, no cavalo encilhado, galopando serras de viúvas, de moças solteiras, de virgens em transe. O rio costeiro, a tralha na garupa do cavalo baio acompanhando o tropeiro de olhar incomum serranamente contemplativo. Rio que vive, que segue, que escorre, rio que vai, rio que encontra o mar ainda que tarde.
CINEMA MONUMENTAL Um filme circulava-lhe os pensares, era longa-metragem sem intervalos era cinemascope por vidros embaçados era olhos fechados sem lanterninha era roteiro de lembranças ora sequência em plano aberto ora close de rosto, dorso, pernas. Num sacudir de trem moderno, a memória da fumaça de fuligens dos seus antes. Tudo era análise, avaliação. Partes esparsas, excertos, segmentos de poemas, trechos de melodias, frases sem contexto, fragmentos de situações em versos, inversos, postos, opostos, repostos, dispostos. Numa estação insone, um caminhar ansioso um encontro de asas um flutuar de prazer.
Respirando o mesmo ar, ouvindo o mesmo apito de trens vendo escurecer as mesmas subidas e descidas um desencontro de séculos.
Descaminhos de aço e flores. Descaminhos de álcool e aromas Descaminhos de dez caminhos sinuosos
Amanheceu Entardeceu Anoiteceu
Beija-flores e bem-te-vis cumprimentaram maritacas e melros Sanhaços beliscaram uns frescos sumos. Recolheram-se no cedro em frente. Encontros, desencontros, impedimentos, desmandos.
Sinas e sanhas, sagas e desdouros. Mesmo ar Mesmo céu Mesmos trens …
Há sol. Mas estou sombra A sombra assombra Assombram a sombra Há sol. Mas estou sombra
Com minha mãe aprendi a catar feijão. Todas as noites, escolher, separar, lavar, deixar de molho. No dia seguinte jogar a água fora e adicionar outra, limpa. Bons grãos não necessitam de pedras para falsearem peso, para enganar os outros. Com gente é quase igual.
Tenho o péssimo defeito de crer mais no que sinto do que no que vejo. Corro sérios riscos nisso. Enxergo auras, garimpo asas, lapido cores foscas. Tenho vícios profundos de namorar o vento, beijar a lua e crer nos passarinhos. Todos.
Nas minhas maluquices cotidianas, preciso do relógio de corda a me trazer de volta à terra das gentes. Acordo na hora em que quero, como e bebo quanto e como quero, escrevo até enquanto alcanço as ideias e os sentidos. Converso com as flores, fico estática a reparar seus detalhes todos e suas mudanças. Ouço atentamente os passarinhos nas árvores e nos fios ao meu redor. Quando posso, ligo a câmera para repartir com outros, depois, meu amanhecer e meu pôr-do-sol.
Dispenso lojas, shoppings, ruas abarulhadas. Já tive de tudo um pouco e sei como é. Prefiro estar à sombra das noites de lua e estrelas, em companhia do amor maiúsculo que tenho em mim. Sou estranhíssima mesmo.
Já vivi bastante. Fui mais aos infernos humanos que aos céus. Já plantei árvores, já tive filhos, escrevo livros e livros diariamente. Essas coisas que tanta gente valoriza já não me satisfazem. Sou muito exigente comigo, virginiana, e com os outros sou mais benevolente. Acredito em seres repletos de amorosidades, embora tantos se envergonhem de mergulhar em suas bondades, seus amores, seus abismos. Creio que todos temos enorme medo de sofrer. E de novo, de novo …
Tenho fascínio inexplicável por trilhos, trens, apitos e sinos. Talvez já tenha vivido uma grande história de vida – de amor – em outras épocas, envolta em estradas de ferro, em canto de vagões, em sussurros de bilheterias. Talvez. Ao certo só sinto, não sei explicar isso.