Tiro ao álvaro

Semana da criança: a italianinha

tichenor-subsolares-no-17
Datemi Un Martello
Datemi un martello
Che cosa ne vuoi fare
Lo voglio dare in testa
A chi non mi va
A quella smorfiosa
Con gli occhi dipinti
Che tutti quanti fan ballare
Lasciandomi a guardare
Che rabbia mi fa
Che rabbia mi fa
Datemi un martello
Che cosa ne vuoi fare
Lo voglio dare in testa
A chi non mi va
A tutte le coppie
Che stanno appiccicate
Che vogliono le luce spente
E le canzoni lente
Che noia mi dà
E datemi un martello
Che cosa ne vuoi fare
Per rompere il telefono
L’adopererò perchè si
Tra pochi minuti
Mi chiamerà la mamma
Il babbo ormai sta per tornare
A casa devo andare
Uffa che voglia ne ho no no no
Un colpo sulla testa
A chi non è dei nostri
E così la nostra festa
Più bella sarà
Saremo noi soli
E saremo tutti amici
Faremo insieme i nostri balli
Il surf, il hully gully
Che forza sarà
60

TRADUÇÃO

Datemi Un Martello 

Ah ah ah….
Thiu riu thiu ria….
 Deem-me um martelo,
O que quer fazer com ele,
Quero batê-lo na cabeça
De quem não gosto, sim sim sim,
Daquela dengosa
Com os olhos pintados
Que todos todos fazem dançar
Deixando-me a olhar.
Que raiva me dá!
Que raiva me dá!
 Thiu riu thiu ria….
 Deem-me um martelo,
O que quer fazer com ele,
Quero batê-lo na cabeça
De quem não gosto,
De todos os casais
Que ficam coladinhos
Que querem as luzes apagadas
E as musicas lentas.
Que tédio me dá!
Ufa, que tédio me dá!
 Thiu riu thiu ria….
 Deem-me um martelo,
O que quer fazer com ele,
Para quebrar o telefone
O usarei,
Porque em poucos minutos
Me chamará mamãe,
O papai está quase para voltar,
Para casa devo ir.
Ufa, que vontade que tenho!
Não não não, que vontade que tenho!
Thiu riu thiu ria….
Um golpe na cabeça,
A quem não é dos nossos
E assim a nossa festa
Mais bonita será,
Seremos nós somente
E seremos todos amigos,
Dançaremos juntos os nossos bailes
O surf e o hully gully
Que força será!
Que força será!
Que força será!
Que força será!
Cicantica…
Ai!

https://www.vagalume.com.br › R › Rita Pavone › Datemi Un Martello

sopro

TERCEIRA INFÂNCIA

A Jovem Guarda já fervilhava nas rádios AM da cidade, as gírias, a moda, os modos, tudo influenciava a quem vivia naqueles anos sessenta.Os festivais da canção de São Paulo, os programas de auditório da Excelsior, da Record,  da Tupi eram determinantes para que crianças e adolescentes bebessem da cultura estrangeira que galopava. Chegavam os primeiros discos dos Beatles, dos Rolling Stones e de outros conjuntos americanos. Tudo era novidade.

Gina era meninota ainda, não se incomodando, ainda, com assuntos de querer, de namorar, de se enfeitar com a sensualidade já permitida. Gostava de cantar, dançar o twist. As composições entravam-lhe pelos ouvidos e ela passava a repeti-las, mesmo sem compreender seu significado, mas repetia aquilo tudo com enorme prazer. Encantavam-lhe as palavras, a sonoridade das palavras, o ritmo das canções. Não eram invocação para o real vivido, para uma paixãozinha inicial, como para muitas de suas amigas. Quase todas.

aba6c21f9b26372b2c0ab20e64e03525

Naquele ano de 1964 iniciaram-se as dublagens, as mímicas das canções estrangeiras. As meninas criavam  grupos de 4 para dublarem formações americanas. Os meninos imitavam Beatles, Rolling Stones, com guitarras sem fio, numa mise-em-scène  adorável.

Gina encantara-se por Rita Pavone, pelo italiano que ela trazia, pela língua, pelas traduções das letras. Acreditava que teria de entender o que iria cantar. Cantar não, dublar. Assim encaminhou-se a estudar por conta própria, a ouvir muitas e muitas canções em italiano. A língua já lhe era até familiar. Pensava em italiano. Vestia-se como Rita Pavone nas apresentações que ela e as amigas faziam no clube nas concorridas domingueiras. Levava até o martelinho.

Assim, iniciou seu interesse por uma língua estrangeira, a primeira pela qual demonstrou atenção. Nem o inglês beatlemaníaco a fascinara tanto quanto o italiano.

Um dos motivos de tamanho interesse também devia-se ao fato de haver engenheiros italianos trabalhando na fábrica da cidade, da observação de sua forma de falar, de se vestir, de se relacionarem com os filhos. Tudo era um mundo novo que se descortinava para a menina.

the_blend_within_art_bridget_bate_tichenor_01

Conforme Gina ia traduzindo as letras, ia descobrindo naqueles versos um outro mundo, o do amor, da adolescência. Foi assim que Gina abriu-se em flor, através das letras e das canções italianas que ouvia. Com um prazer extasiante foi descobrindo o amor. Um amor que chora, ri, perde e ganha alguém.

“Cuore, cuore, Dio come ti amo!”

3e7c285e565a85bdd86b2608273e7792-digital-art-maria-felix
william_wordsworth_a_crianca_e_pai_do_homem_lk13zjx

Texto: Odonir Oliveira

1º Vídeo: Canal ORIGINALISSIMA

2º Vídeo: Canal Lisa Oi!

3º Vídeo: Canal Marcello Felici

4º Vídeo: Canal  LACM2610

5º Vídeo: Canal  glivingston73

6º Vídeo: Canal charassita

Imagens retiradas da Internet: telas da pintora surrealista Bridget Bate Tichenor (1917-1990), que viveu em Roma por um período.