São João Del Rey, MG
Tiradentes, MG
CANTIGA
Ó serra de meus tormentos
que trazes de novas de meu cavaleiro?
Aqui arde a tarde em sortilégios
Aqui dorme a noite em sacrifícios
Ó serra de meus tormentos
que trazes de novas de meu cavaleiro?
Aqui trago lança colorida
Aqui tenho aromas e perfumes
Ó serra de meus tormentos
que trazes de novas de meu cavaleiro?
Aqui cavaleira sou
Aqui tropeço levanto em lances de dor
Ó serra de meus tormentos
que trazes de novas de meu cavaleiro?
Aqui vagueiam nuvens desenhos de um cantador
Aqui passeiam sonhos de encantos e sabor
Ó serra de meus tormentos
que trazes de novas de meu cavaleiro?
OH, MINHA SERRA DE SÃO JOSÉ!
Oh, minha Serra de São José,
que em outros tempos eu buscava.
Oh, minha Serra de São José,
sempre escondida
dos meus desejos, das minhas realizações.
Oh, minha Serra de São José,
aqui tão perto de mim,
tão cheia de brilhantes, de diamantes,
aos meus olhos.
Intransponível.
O TROVADORISMO
As obras do trovadorismo são chamadas cantigas, pois eram escritas para serem declamadas (não havia cultura do livro na Idade Média, a população era em grande parte analfabeta e ainda não havia sido inventado o livro impresso), e frequentemente eram acompanhadas de instrumentos musicais, como a lira, a flauta, a viola.
Enquanto o compositor (de origem) era chamado de trovador, o músico era chamado de menestrel. Chamava-se segrel o trovador profissional, cavaleiro que ia de corte em corte divulgando suas cantigas em troca de dinheiro.
CANTIGAS DE AMIGO Embora compostas por trovadores homens, representam sempre uma voz feminina. É a dama quem vai expor seus sentimentos, sempre de maneira discreta, pois, para o contexto provençal, o valor mais importante de uma mulher é a discrição. A donzela dirige-se por vezes à sua mãe, a uma irmã ou amiga, ou ainda a um pastor ou alguém que encontre pelo caminho. Existem sete categorias de cantigas de amigo: – as albas, que cantam o nascer do Sol; – as bailias, que cantam a arte da dança; – as barcarolas, de temática marítima; – as pastoreias, de temática bucólica; – as romarias, de celebração religiosa; – as serenas, que cantam o pôr do Sol; – as de pura soledade, que não se enquadram em nenhum dos temas anteriores.
Poesias: Odonir Oliveira
Fotos de arquivo pessoal
Vídeo: Canal Odonir Oliveira