Saudade

Rotundas

Natal, notícias e descobertas

BÁRBARA E AS CIDADES HISTÓRICAS
Fora em um tempo que antecedera ao Natal que Bárbara foi conhecer as cidades históricas mineiras. Era 1994, e seu encantamento pela prosa mineira nascera bem antes. Não perderia a oportunidade de conhecer aquelas ruas, vielas e igrejas do século XVIII. O convite dos amigos da universidade viria a calhar. Aceitou. Ficariam em casa de parentes deles em São João Del Rey.
No 1º dia acordaram bem cedo e foram conhecer Sabará. Que encanto, repetia Bárbara aos amigos.
No 2º dia foi a vez de Congonhas do Campo, quase não conseguiu deixar a Igreja de Bom Jesus de Matosinhos, a sala dos ex-votos, o enorme adro com os Profetas de Aleijadinho, os Passos, o Centro Cultural da Romaria… a cada rua, descida e viela era envolvida por uma religiosidade ímpar ali.
No 3º e no 4º dias foi conhecer o berço das Minas Gerais, Mariana, e respirou Liberdade em Ouro Preto. Pensou em não voltar mais pra São Paulo, ficaria para sempre naquele entardecer, naquelas pedras, naquelas ruazinhas estreitas. Para sempre.
No 5º dia e no 6º dias, descansaram em São João Del Rey, no aconchego dos familiares dos amigos, ouvindo causos e prosas repletas de mineiridades do café da manhã ao jantar. Visitaram o Memorial Ferroviário, a Igreja de São Francisco de Assis, o Memorial Tancredo Neves, o Solar dos Neves, a linda Catedral de Nossa Senhora do Pilar, por fim fizeram visita à Lagoa Azul e a cachoeiras de São João. Bárbara andava por terrenos conhecidos, embora nunca tivesse estado por lá.
No 7º dia, tomaram a Maria Fumaça e foram a Tiradentes. Já era dia 23 de dezembro e ela voltaria na tarde de 24 para São Paulo.
Ao ver e ouvir Tiradentes, percebeu seu encontro eterno com a cidade. Talvez de tudo que ouvira muito antes, somando-se àquilo que bebera em doses sensíveis durante a última semana, decidira, seria ali onde permaneceria até o fim de seus dias.
Em todos os Natais seguintes não precisaria retornar. Ali já seria o seu retorno, a volta a casa. Decidiu.

TIRADENTES

MÃOS DO DESTINO
Que traçado é este, destino, que insistes em me fazer trilhar?
Por que me fizeste acreditar na leitura de minha mão?
Como conseguiste aspergir de morenice essas minhas noites de luar?
Quando estaria mais perto a estrela que me sorria e tão alto luzia ?
Que rota é essa de ramais tortuosos que me estendes sem termo ou chegada?
Responde, destino, que não suporto mais ter que desvendar-te!

Há aqui nesse blog uma categoria Natalhttps://poesiasdemaosquesentem.wordpress.com/category/natal/ onde podem ser lidas e ouvidas muitas histórias e poesias de Natal.

Poesia: Odonir Oliveira

Foto de arquivo pessoal

Vídeo: Canal Maria Bethania