Chico, 80

Canal Dalmo Pereira

Canal Biscoito Fino

Canal Assis Figueiredo

Canal tino certo

Canal Ella Droke

A solitude de um criador

Ari
Ari Frello é letrista, compositor, multi instrumentista. Vive no sul de Minas e segue uma maneira de viver que propicia à criação. Esse vídeo – a meu ver – o mais representativo do canal, transmite a solitude de um criador, quase sempre em momentos de reflexão e de contemplação.

Sobre SOLITUDE : https://pt.wikipedia.org/wiki/Solitudehttps://www.arita.com.br/portal/a-diferenca-entre-solidao-e-solitude/

Foto de arquivo pessoal

Vídeo: Canal Ari Frello

O companheiro das tardes

O SABIÁ-LARANJEIRA MINEIRO

Vou logo revelando que pouco conheço de cantores alados. Quando estou frente a eles, guardo de ouvido seus acordes e depois, com calma, vou pesquisar quem era o cantor, o compositor daquela canção vencedora de festival.

De modo que acordo quase sempre com um coral entusiasmado no quintal, onde nasce o sol e depois os ouço na sacada, onde se põe. Geralmente, nos fins de tarde, depois das cinco é que vou molhar meus vasos da sacada, os canteiros do jardim e os arbustinhos do quintal.

Na sacada é costumeiro, no meio das tardes, quase batendo ponto, batendo cartão mesmo, os beija-flores mineiros a namorar meus coloridos vasos e jardineiras. Nunca tenho celular, nem máquina fotográfica para registrar suas visitas. Seria invasivo demais, penetrar na intimidade deles com minhas lavandas, meus amores-perfeitos e rosas. Apenas observo, depois do vidro, seus maneirismos e rodopios a encantar suas namoradas.

As abelhas vêm em certas épocas do ano apenas. Frio, frio não é com elas.

Mas vez ou outra, já ao pôr do sol me vem um sabiá-laranjeira, sempre só, pousa no fio sobre a calçada em frente e fica fazendo serenata para uma fêmea que, sem dúvida, acolherá o seu cancioneiro. Certeza. Nem sempre o vejo, pois, o sol incide sobre meus olhos e não faço questão também. Prefiro ouvi-lo. Como me encanta!

Mas eis que hoje o enxerguei, talvez porque já estivesse há muito tempo recitando seu hinário. Guardei o regador. Procurei-o e, no afã de me sentir sua namorada, olhei-o bem, deixei terminar uma sequência inteira, e cantei como resposta, talvez ele acreditasse que eu era a sua sabiá-laranjeira. Girou a cabecinha para um lado e para outro e se foi.

Não tenho mesmo nenhum talento para cantora. Para namorada de sabiá-laranjeira então…

Aí vim escrever.

Texto: Odonir Oliveira

Foto de arquivo pessoal

Vídeo: Canal Canto de Pássaros