Viver tudo ao mesmo tempo Ele querendo corpo, pulso, pescoço, orelhas, carne e ossos Ela querendo corpo, pulso, pescoço, orelhas, carne, ossos e suspiros e palavras.
Encaixe de desejos e sabores Perfumes de enamoramentos
Sabes tu de minhas dúvidas sabes tu de minhas dádivas sabes tu de minhas dívidas Conheces minhas restrições? conheces minhas prescrições? conheces minhas limitações? Valorizas o que é de meu? valorizas a nossa intimidade? valorizas as nossas identidades? Sentes o que tenho para te dar? sentes meus olhos nos teus? sentes minhas mãos na tua pele? Reconheces a nossa complexidade? reconheces os nossos beijos? reconheces as nossas peles interiores? Então é porque tu me amas assim quanto eu te amo.
Poesias: Odonir Oliveira
Charge: Brasil 247
Foto de arquivo pessoal: minhas flores de maio de 2024
A História sempre se constrói com causas e consequências; buscar fontes, investigar fatos, formar conhecimento é papel de qualquer cidadão.
Ponte dos Suspiros- Ponte Antonio Dias (Ponte de Marília de Dirceu), Ouro Preto, MG
MARIA DOROTÉIA DE SEIXAS, A MARÍLIA
Nos longes, a amada encantou-se com o Tomás. Aos trinta e poucos anos, o poeta a conquistou com seu linguajar encantador de mocinhas. Derrubou sobre ela, a Maria Dorotéia, seu neoclassicismo mineiro. Não fosse ela, em seus vinte e poucos anos, tão apaixonada por palavras, talvez não se tivesse deixado encantar pelo doutor egresso da Europa. Não era ele um guapo rapaz em tenra idade mais; era leitor de Rousseau, Petrarca, Virgílio, tinha gado e terras, fora juiz de fora em Beja, Portugal, e por fim, Ouvidor Geral em Vila Rica. Já Maria Dorotéia era jovem, de tenra pele e lábios vermelhos, de família tradicional de grande prestígio em terras mineiras.
Noivos estavam, quando Tomás foi degredado para Moçambique, por sua participação na Conjuração Mineira. Suas Liras seriam lidas por séculos em Marília de Dirceu. Casou-se em África, teve filhos, enriqueceu e nunca mais retornou a Vila Rica.
Maria Dorotéia perdeu o noivo, por quem estava encantada, perdeu seus versos, sua estima. Contava-se nos longes que a Marília de Dirceu morreu, aguardando ainda que o seu Tomás regressasse a Vila Rica.
Como o naturalista francês Auguste Saint-Hilaire, que chega a Vila Rica em 1817, refere-se à popularidade dos versos de Gonzaga: “Por muito tempo ainda encantarão o viajante até sob os humildes ranchos e nos lugares mais solitários”.
O patriarcado fundante e as religiões estruturantes cristalizaram nas mulheres (e em grande parte dos homens também) um rochedo que dificilmente poderá ser escalado e vencido. No entanto, há mulheres que se libertaram, naturalmente, de certos processos sociais cristalizados.
ROBERTA E OS BAILINHOS DE GARAGEM
As mocinhas floresciam em seus corpos e sentimentos. Tudo era descoberta. Hormônios naturalmente em funcionamento, gostavam de tocar em rapazes, de conversar com rapazes, de se arrumar para irem aos bailinhos de garagem. Naqueles anos de 1960, as festas aconteciam com LPs nas vitrolas, muitos tipos de sanduíches com patês feitos em casa mesmo, um repolho recoberto com papel alumínio e nele espetados palitinhos com quadradinhos de queijo branco, salsicha, cenoura temperadinha, azeitona verde e outro acepipe a gosto dos jovens. Muito guaraná caçulinha, limonada estupidamente gelada, mate gelado e por vezes as cuba-libres trazidas por alguns dos rapazes. Doces? Nem pensar. Isso tudo começando às 6 da tarde e terminando, no máximo no máximo, às 10 da noite.
Beatles na agulha da vitrola, Rolling Stones, The Mamas in The Papas, Herman’s Hermits, Tom Jobim, Jorge Ben, Sérgio Mendes, Roberto Carlos, The Fevers e músicas italianas. O romantismo de dançar juntinho era o que poderia se chamar, bastante tempo depois, de preliminares do amor. E os conjuntos eram o que mais animavam até suar. Muita graça em tudo aquilo. Prazer nas veias.
Roberta era tamanho G, mais gordinha, de compleição grande como sua mãe e suas 4 irmãs. Poucos a tiravam para dançar. Estava sempre arrumando a mesa com as comidinhas, abastecendo com os refrigerantes aquelas sedes etc. Cuidava da vitrola também. Pediam, e ela colocava o LP. Gostava de se sentir útil aos amigos. Sua falta de consciência sobre o cenário a fazia feliz, ignorando a sua exclusão. Nunca se soube de um namoro seu ali. Talvez para as mais íntimas revelasse alguns segredos. Por exemplo, alguns daqueles rapazinhos gostavam de estar com ela em beijos, abraços e amassos, sem que ninguém os visse. Talvez uma adrenalina em se fazer aquilo escondido, em alisar seu colo volumoso, suas coxas volumosas, beijar-lhe a boca molhada de sabores, talvez. Roberta aceitava e silenciava sobre aqueles encontros às escondidas.
Anos se passaram. Uns se casaram com outras. Uns não se casaram com as mesmas. Roberta não admitiu mais que qualquer homem a escondesse. Jamais. Sabia-se linda, especial, arredondada em formas e em escolhas. Gostava muito de si mesma e, por vezes, sentiu muita pena daquelas mulheres que se privavam de comer, de beber, de serem elas mesmas como eram para ter que agradar homens, serem escolhidas e não preteridas por eles. Carência? Só a de viver.
Amar alguém parece que está ligado a admirá-lo, considerá-lo como digno de intimidade, de troca de ideias, pensares e desejares especiais. Há de haver um significado de companheirismo particular, incomum e íntimo. Parece-me que isso leva à vontade, e até à necessidade de se saber o que o outro estaria pensando sobre um acontecimento, uma tragédia, um fato – ainda que não esteja mais presente, nem esteja sequer vivo mais. Creio que amar alguém faz isso com quem ama. Será?
JANELAS ABERTAS
Viver tudo
ao mesmo tempo
Ele querendo corpo, pulso, pescoço, orelhas, carne e ossos
Ela querendo corpo, pulso, pescoço, orelhas, carne, ossos e suspiros e palavras.
Já estava há 6 meses na Casa de Saúde para tratar dos pulmões. Nas manhãs de sol suportável, sentava-se no quiosque da praça a quentar o sol, pouco via, poucos via, pois ali era local defenestrado por moradores saudáveis. Ali era lugar dos fracos dos pulmões. Vera sentia-se em isolamento externo e interno, só, muito só. A família pouco aparecia, alegando grande distância da capital do país. Vera preferia que a doença lhe tomasse os 2 pulmões de uma vez a continuar assim abandonada. Tinha apenas 20 anos.
A cidade fria, de ventos frios e sóis bem quentes, de muitos ventos e céu azul era paraíso para se tratarem pulmões adoecidos. Contudo, o abandono era cruel. Ali sentada por menos de uma hora no quiosque – apesar de quase não ver, nem ser vista por ninguém – era o que lhe aquecia a alma.
O rapaz, que nunca lhe soube o nome, sentava ali também, na hora do almoço. Talvez pelo apitar da sirene da fábrica de tecidos, talvez, fosse lá onde trabalhava – concluía Vera. E assim ficaram a se olhar, por muitos meses. O rapaz magro, de olhos castanhos e Vera, a moça tísica de olhos azuis.
Alguns anos atrás uma leitora comentou “Adoro esses amores que não estavam sendo buscados, mas foram encontrados pelos caminhos.”
UMA MADRUGADA INTEIRINHA
Saíra do cinema, depois da meia-noite. Vontade de tomar um chá, comer uma fatia de bolo de mel, como se acostumara em Santos. Temia estar desacompanhada ali. Tudo mudara muito, desde o tempo em que estivera por aquelas praias.
Entrou na avenida litorânea e viu que estava ainda muito movimentada. Pediu uma água de coco no quiosque e virou-se para o mar. Aquelas areias cinza molhadas sempre a incomodaram, pois que resultado de porto de atracação de navios, de óleos tantos, grudavam na pele. Deitar nelas, nunca. Sentar-se em uma cadeirinha, tomar um mate… sim.
Era um filme em longuíssima metragem o que visitava agora, eram verões de músicas disco, de bares e risadas, saias longas, cabelos à la Gal, tamancos e bolsas em couro cru. Muitas risadas, muito Chico e Caetano, Gonzaguinha, Ivan Lins, Milton, Roberto… muitos Woody Allen, Bergman, Fellini, Glauber, Nelson Pereira dos Santos … chope, chope, chope. Fins de noites regados a deliciosas completudes. Poucas complexidades, poucas carteiras de débitos, só créditos. Era a juventude nas veias, pelos poros, pelos sorrisos e gozos tantos. Assistia àquele filme, daquele banco na praia agora. E se lembrava de todos aqueles amigos de fins de sextas-feiras muito saborosas. O tempo levou em suas águas cada um deles, alguns já falecidos até.
Um homem ficou de pé ao seu lado, olhando também o mar da madrugada que se iniciava. Era verão e o vento noroeste, ah o noroeste tão famoso por aquelas praias do litoral santista, trazia um bafo quente e forte. O noroeste.
Ficou ali de pé por mais de meia hora, apenas olhando o mar. Catarina, achou curioso ele estar ali de pé, olhando o mar, sem nada dizer, sem sequer sentar no banco ao seu lado. Imaginou que talvez gostasse de olhar o mar daquele nível, mais alto, de cima, sem companhia, sem palavras. Talvez preferisse assim.
Ficaram assim durante aquela madrugada. Eram um homem e uma mulher olhando o mar. Tinham, quem sabe a mesma idade, seres que desejam contemplar o mar, sem palavras, como se estivessem apenas com ele. Ficaram assim durante aquela madrugada inteirinha.
Filhos sempre acreditam que pais nunca fizeram amor, nunca se beijaram na cama, nunca estiveram sob lençóis… Filhos nem querem pensar nisso. De onde vem isso, meu Deus!
LENÇÓIS ESTICADÍSSIMOS
Tia Ana Amélia era uma mulher privilegiada. Sempre cuidara da casa, tinha um marido de setenta e três anos, viril em tempos de comprimidinhos azuis inexistentes. Ela, mais nova que ele uns dez anos, tinha um fogo domiciliar característico das mulheres de um homem só, daquelas que vinham envelhecendo junto a seus companheiros e por isso conheciam-lhe todos os pensamentos, os desejos, os seres e estares da vida.
Sua norinha, vinte anos, namoradinha do filho mais novo, sempre lhe intrigara. Dormiriam juntos os dois? Ali na casa dos pais sabia que não; não poderia admitir tamanha falta de respeito, ora, ora.
Naquele sábado pela manhã, o filho saíra a buscar componentes para a feijoada do domingo, a se comemorar o aniversário do pai na segunda. Norinha e sogra esticando lençóis, conversam sobre um assunto, com diferença de mais de quarenta anos de tabus: sexo.
Enquanto ali, Ana Amélia pergunta à jovem se ela e o filho faziam sexo. A moça sem pejo ou recato responde-lhe que sim e há bastante tempo. Quis saber se o rapaz era carinhoso, se usavam se proteger e essas coisas que Chico diz que diz toda mulher. A outra respondia sem titubear, com sonoros sins a quase todas as questões.
Depois, tomada da mesma coragem, foi ela que perguntou à Ana Amélia como era o sexo dela com o marido? Esta quase engasgou; terminou a arrumação doentia de se esticar lençóis e foram para a cozinha. Colocaram um feijão preto de molho ali, umas carnes secas também, e a conversa continuava. “Você já ouviu falar desses cursos de strip-tease, Ana Amélia?” ‘Como, pra quê? Pra dançar em boates, assim?” “Nada, pra dançar pro marido, namorado, companheiro. São um tesão. Não há quem não curta. Vou te dar o endereço de um, tá”.
“Despudorada a menina, veja só, curso de strip-tease… ai…ai”.
Tempos se passaram. Ana Amélia todas as tardes aprendia um passo novo, um jeito sensual de retirar sua saia, de suspender a blusa até a altura do sutiã, de deixá-la ali meio a acobertar um bojo e o outro não… No ritmo de muitas músicas diferentes, foi ensinada a enlouquecer o parceiro com seu corpo, aquele seu mesmo de sessenta e alguns anos. Estava pronta.
Numa segunda-feira, aniversário de casamento, pediu que o marido Jorge chegasse mais cedo. Estariam sozinhos. Filho viajando.
O pior de tudo era na hora H sentir-se ridícula, que já era entrada em anos e aquilo ficaria bem em uma mocinha como a norinha e tal. Teria coragem?! No curso aprendera a levantar sua autoestima – como diziam por lá – aprendera também a rir de si mesma, caso o marido brochasse, bem possível tamanha a mudança, apreendera a gostar-se mais e, sobretudo, a gostar de fazer amor com seu amor.
Assim o fizera: planejara tudo, casa cheia de velas aromáticas, jantar com frutos do mar e saladas, vinho branco gelado, da preferência dos dois, flores pela casa e um filminho na tela “Love in the afternoon”. Depois era só dançar para ele, não uma música sensual como aquelas do curso. Escolheria uma que para eles sempre representara magia. Seria mais ou menos assim. E se nada corresse como previra, iria fazer tudo de novo noutro dia.
Chegou mais cedo do trabalho, encontrou-a ainda por vestir-se. Tomou banho.
Ela de salto alto, lingerie preta – vermelha pareceria puta, pensava- perfume atrás das orelhas, nos pulsos, sem aliança. Tirou a dele também.
Jantaram, riram, embebedaram-se de um tesão incomensurável.
Colocou o filme. Assistiram de mãos dadas, alguns carinhos, e por fim, o strip- tease. Peça por peça, beijo a beijo, mãos a mãos …
Deu tudo certo. Riu na cama ao recordar como seu irmão mais velho sempre pilheriava ”Galinha boa cria bom pinto”. Ao que Ana Amélia respondia “Galinha pra ser boa é que precisa de bons pintos”.
Ficaram muito tempo ali sob lençóis, sobre os lençóis, sob a ducha …
Daquele dia em diante lençóis esticadíssimos, nunca mais.
Quando li essa notícia de abril de 2023, imediatamente me lembrei de um outro mineiro, de meu pai PLÁCIDO. Tem a assinatura dele nisso também.
Sozinho, pai constrói ponto de ônibus para os 2 filhos e colegas se protegerem do Sol em MG
“Ao se deparar com a situação do local, Ricardo decidiu capinar e colocar três bancos no ponto de ônibus que seus filhos e os colegas usavam todos os dias.
Quando os filhos nascem, passam a ocupar uma posição na vida dos pais e/ou responsáveis que ninguém conseguiria imaginar. A necessidade de proteger, acalentar e cuidar das crianças acaba superando qualquer outro sentimento. Reduzir o sofrimento ou qualquer problema deles ao longo da vida é um desafio da parentalidade.
Não importa a localização geográfica ou a classe econômica, essa urgência de proteção percorre grande parte das relações parentais. Para Ricardo, de 38 anos, melhorar a vida dos filhos sempre foi uma questão, e quando ele se deparou com as crianças aguardando o ônibus num local cheio de entulhos, sem proteção do sol e sem banco, ele sentiu que precisava fazer algo a respeito.
Morador de Brasilândia de Minas, em Minas Gerais, há seis anos, ele construiu sozinho um ponto de ônibus para todos os que pegavam a condução naquele local, mas principalmente seus filhos e os colegas. Segundo reportagem do jornal JP, Ricardo percebeu que a prefeitura não resolveria a questão tão cedo, então decidiu solucionar a questão por conta própria.
Imagine se deparar com os próprios filhos, dia após dia, enfrentando o sol forte enquanto espera a condução? Nenhum pai ou mãe conseguiria encarar com tranquilidade a questão, mas infelizmente não são todos que têm a possibilidade ou as ferramentas apropriadas para resolver a questão. Ricardo afirma que ver as crianças sob o sol realmente partia seu coração, principalmente porque o ônibus nunca passa em um horário definido.
Ricardo limpou o local, retirou os lixos e o matagal que atrapalhavam as crianças, e recebeu ajuda de um amigo que trabalha em um ferro-velho, que doou três banquinhos para que pudessem ter onde se sentar. Para o pai, essa atitude pode incentivar as crianças a sempre estudarem, reduzindo as dificuldades que vão encontrar ao longo da vida. As crianças têm 9 e 10 anos. Ele ainda conseguiu demonstrar que seu esforço foi capaz de melhorar a situação para várias pessoas.
As crianças aprendem a partir, principalmente, dos exemplos, e Ricardo usou isso a seu favor, reforçando não apenas para os dois filhos, mas também para os colegas que pegam ônibus no mesmo local, que a educação é extremamente importante e que ele vai fazer tudo o que estiver ao seu alcance para ajudar.
O pai ainda denunciou o poder público local, explicando que a comunidade sempre reclama com a prefeitura, mas que “não tomam atitude”, o que o motivou a resolver o problema sozinho. Mesmo assim, ele explica que limpou a área e instalou os bancos embaixo de uma sombra, mas que precisa melhorar o local, já que em dia de chuva não existe nenhuma proteção adequada.
Ele explica que já entrou em contato com o amigo do ferro-velho, que lhe ofereceu uma máquina de solda e alguns pedaços de ferro para que as crianças possam se proteger da chuva, oferecendo um local ainda mais apropriado para todos. Essa iniciativa mostra o compromisso comunitário que Ricardo tem, buscando solucionar problemas que afetam não apenas seus filhos, mas várias outras crianças.
Quantas crianças não teriam continuado estudando se tivessem se deparado com uma pessoa que ajudasse a diminuir os problemas que enfrentavam? Ricardo é mais que um exemplo para a sociedade, é também uma figura que merece respeito, e que deve seguir se envolvendo em todas as questões de sua região, sempre em busca de melhorias.”
“Mas você só escreve sobre angústias, tristezas, sofrimentos…não escreve sobre o amor não? É tudo muito triste em seus textos”.
SEM SER UM ÍCARO Mira a infinitude do ser e estar al Entoa um hino sagrado em sussurros Arrisca a pista Arrisca a travessia Arrisca a vista Arrisca o voo Prepara-se para acreditar Mas teme Não há como acreditar. Retorna ao seu centro Retorna ao prumo. Não quer o ridículo do voo sem verdade, do voo sem reciprocidade, do voo sem sustentação. Não quer voar sem asas.
CUPIDO Ah, me atinja Cupido, que tenho pouco tempo para enamorar-me para sentir um rosto colado ao meu uma boca premida a minha uns braços enlaçados em mim um cheiro de amor querendo espraiar-se. Corra, Cupido, estou do outro lado da ponte, que liga e não separa. Vem, Cupido.